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Drag queen baiana Nininha Problemática é novo furacão funk do Brasil

Musa ganha espaço nas redes sociais e lança videoclipe Favelada ao lado da bailarina e ex-vereadora trans Leo Kret

atualizado

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Divulgação
Nininha Problemática
1 de 1 Nininha Problemática - Foto: Divulgação

Toda vez que o verão se impõe, a Bahia se multiplica em muitas, desce até o chão, sacode-se e sobe cheia de suingue para encher o Brasil com sua mítica alegria. Em 2019, a terra novidadeira põe na fita o pop funk de Nininha Problemática, drag queen soteropolitana, que já agita as quebradas da primeira capital do Brasil.

Sucesso no mundo digital, Nininha Problemática acaba de lançar, no YouTube, o ótimo clipe Favelada, que tem participação especialíssima de Léo Kret do Brasil, a primeira vereadora trans de Salvador, que exerceu mandato na Câmara Municipal de Salvador entre 2009 e 2012.

A dançarina estará também no próximo clipe de Anitta – Bola, Rebola, gravado nesta semana, na comunidade do Solar do Unhão, à beira da Baia de Todos os Santos, Encantos, Axés e Babados.

Ela é tsunami. Eu sou o furacão. Fechando, lacrando e barbarizando. Somos consideradas nos guetos e favelas

Léo Kret
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No clipe, Nininha desfila poderosa pelas ruas do bairro de Pernambués, um dos mais populosos de Salvador. O roteiro mostra a musa drag, na intimidade com um amante, que, ao amanhecer, desaparece e vai levar a vida dupla com namorada loira e universitária. É claro que o tempo vai fechar porque, como diz Nininha, ela é “problema de segunda a segunda”.

Sou favelada. Sou da quebrada. Esse é meu jeito e você não entra em nada. Tô preparada. bem equipada, Bato de frente quando sou desafiada

Nininha Problemática

A canção “Favelada” tem um suingue potente, que mistura funk pop com rap, levantado pela voz de Léo Kret do Brasil, num contexto de intensa representatividade trans, negra e periférica. O refrão pega na primeira rodada da música, que convida o espectador a cair na dança. O clipe foi lançado no dia 31 de janeiro e visto por 30 mil internautas em 24 horas. Outros clipes de Nininha flertam levemente com o “proibidão”, subgênero picante do funk.

Nininha Problemática já é um fenômeno nas redes sociais (quase 85 mil seguidores no Instagram). Tem ainda um canal no YouTube, no qual brinca com possibilidades cotidianas, com temas como “me apaixonei por um evangélico”.

A drag caiu nos encantos da musa Pablo Vittar. Participou também do clipe de Preta Gil. O discurso é político e de inclusão. Ela diz se inspirar na fibra das “mulheres baianas, da jovens da periferia, do gueto, que são sempre vítimas de chacotas e de preconceito”. Traz ainda o orgânico humor baiano e a leveza desse povo, ao qual orgulhosamente me incluo, em lidar com a vida.

Por trás de Nininha Problemática, está o jovem ator Digo Santtos, assumidamente gay, dono de uma voz afinada e potente, além de rebolado de deixar as musas do tchan “bobas”. Autodidata, ele trabalhava como atendente de uma rede de cinemas até descobrir seu potencial drag a partir de estudos de vídeos pelo YouTube. A cena drag, trans e transformistas de Salvador é muito forte, com bares e boates dedicados a essa arte.

Quero levar o nome da Bahia. Estou me aprimorando, mas vou chegar lá!

Digo Santtos

O vídeo tem direção de Edgar Azevedo e foi gravado na quebrada de Leo Kret do Brasil. Traz a paisagem do gueto baiano, com ocupação urbana desordenada. Nininha Problemática ainda expõe a realidade de amores clandestinos que muitos gays e trans vivem, quando os homens mantêm esses amores entre quatro paredes.

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