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Esquema usava comércio popular para enviar até R$ 1,5 bi ao exterior

Esquema alvo de operação da Receita Federal e da PF nesta 4ª feira em SP também teria conexão com tráfico de drogas e desvios em kits Covid

atualizado

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Divulgação/Receita Federal
Imagem de agentes da Polícia Federal e Receita Federal caminhando com bolsas - Metrópoles
1 de 1 Imagem de agentes da Polícia Federal e Receita Federal caminhando com bolsas - Metrópoles - Foto: Divulgação/Receita Federal

São Paulo — Operação deflagrada nesta quarta-feira (22/11) pela Receita Federal, em conjunto com a Polícia Federal (PF), para desarticular um esquema bilionário de remessa de dinheiro ilícito ao exterior, aponta relação de uma quadrilha com o comércio popular de São Paulo, além de uma possível conexão com o tráfico de drogas, sonegação fiscal de mercadorias importadas e até superfaturamento dos chamados kits Covid.

Ao todo, a Operação Recidere (reincidência, em latim) cumpriu 21 mandados de busca e apreensão na capital paulista, em São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Barueri, na Grande São Paulo, Mogi Guaçu, no interior do estado, e em Florianópolis (SC).

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Somente no período de janeiro de 2018 a dezembro de 2020, estima-se que o valor enviado ilegalmente para o exterior tenha ultrapassado R$ 1,5 bilhão. Entre autuações fiscais já lavradas e apreensões de mercadorias importadas ilegalmente, as cifras atingem R$ 500 milhões.

Segundo a Receita, os operadores financeiros alvos dessa operação foram responsáveis pela circulação de mais de R$ 4 bilhões em dezenas de contas bancárias de diversas empresas controladas por eles, a maior parte delas de fachada.

Os valores depositados eram pulverizados em outras contas bancárias, visando dificultar o rastreamento do dinheiro. Depois, eram remetidos ao exterior por meio de operações ilegais de câmbio ou pela compra de criptomoedas.

O dinheiro que circulava por essas contas tem origem ilícita e estava à margem dos sistemas e dos controles da Receita Federal. Os clientes do esquema que já foram autuados são, em sua maioria, empresas que revendem mercadorias de origem estrangeira, suspeitas de praticar descaminho.

De acordo com o órgão, ainda há indícios de que operadores desse esquema ajudem também na lavagem de dinheiro de quadrilhas de tráfico de drogas.

Kits Covid-19

Para formalizar os contratos de câmbio junto às instituições autorizadas, o grupo se utilizou dos instrumentos de importações fictícias ou superfaturadas. Um dos itens importados pela organização, segundo a Receita, foram os kits de Covid-19. O destino eram prefeituras paulistas. Suspeita-se que os valores de venda destes itens tenham sido superfaturados.

Uma única declaração de importação também era utilizada pela organização em dezenas de contratos de câmbio diferentes, em diversas instituições bancárias ao mesmo tempo, criando um efeito multiplicador da fraude.

Outra forma de ocultação dos ativos pela organização investigada seria feita pela aquisição de criptomoedas em nome de empresas de fachada, cujas carteiras são de difícil rastreabilidade. Dezenas de milhões de reais foram investidos nesses ativos digitais, aponta a Receita.

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