metropoles.com

Em decisão inédita, Conpresp inicia tombamento de bar na Vila Madalena

Pedido de tombamento do bar Ó do Borogodó, reduto de samba e choro na Vila Madalena, defende que local é bem cultural de SP

atualizado

Compartilhar notícia

Reprodução/Instagram
Foto colorida da fachada do bar ó do borogodó na vila madalena em são paulo - metrópoles
1 de 1 Foto colorida da fachada do bar ó do borogodó na vila madalena em são paulo - metrópoles - Foto: Reprodução/Instagram

São Paulo — O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo (Conpresp) aceitou abrir um processo especial de tombamento do bar Ó do Borogodó, na Vila Madalena, zona oeste da cidade, por entender que o espaço faz parte da cultura da cidade.

É a primeira vez que esse tipo de processo é aceito para preservar um bar.

O Ó do Borogodó existe há 22 anos e funciona no subsolo de uma casa da Rua Horácio Lane que vem recebendo ofertas de compra de grandes construtoras. Caso os proprietários do imóvel concordem com a venda, o bar terá de fechar as portas.

Por isso, os proprietários do bar, músicos e artistas ligados à cultura do samba e do choro vêm tentando enquadrar o espaço como uma Zona Especial de Preservação Cultural — Áreas de Proteção Cultural (Zepec-APC), criada no Plano Diretor da cidade, em 2014, para “tombar” espaços privados não por seu valor para o patrimônio histórico, mas por causa de seu valor para a cultura da cidade.

O Metrópoles mostrou, no mês passado, que uma série de estabelecimentos da cidade que passam por risco parecido ao do bar da Vila Madalena têm procurado a Prefeitura para tentar o enquadramento como Zepec-APC e, assim, evitar serem despejados. Ao menos outros três endereços têm pedidos para abertura de processo de tombamento.

A reunião do Conpresp que deliberou pela aceitação do processo ocorreu no centro da cidade e foi acompanhada por defensores do espaço. Eles haviam feito, entre setembro e outubro, uma campanha nas redes para a preservação do bar.

0

 

A Comissão Técnica de Análise da Secretaria Municipal de Cultura afirmou, no relatório apresentado para subsidiar a reunião do Conpresp, que uma série de motivos relacionados às dinâmicas de mercado podem fazer um bar fechar.

Entretanto, “no caso do Ó do Borogodó, vemos que não há motivação interna à dinâmica do próprio estabelecimento que o leve a sair dali, senão uma forte pressão externa causada pelo mercado imobiliário”, afirma o documento.

O Ó do Borogodó é o primeiro bar que tem um processo de tombamento cultural aceito pelo Conpresp. Em outros casos, para o tombamento de um clube e um cinema de rua, a abertura por si já congelou os usos daqueles espaços, impedindo a demolição deles até o término do processo.

Contudo, a decisão tomada pelo Conpresp na reunião de segunda-feira só deve ser publicado na íntegra na próxima sexta-feira (17/11). Até lá, os apoiadores do espaço ainda não têm certeza de que o congelamento já está valendo.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSão Paulo

Você quer ficar por dentro das notícias de São Paulo e receber notificações em tempo real?