Muro do impeachment, não: corredor da democracia

O planejamento operacional do Sistema de Segurança Pública do Distrito Federal em execução na Esplanada dos Ministérios desde a última sexta-feira garante dois direitos fundamentais preconizados pela Constituição Federal: o direito à livre manifestação e o direito à segurança pública.

De forma integrada, a Operação Esplanada é executada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Paz Social, em conjunto com seus órgãos vinculados: Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros Militar e Departamento de Trânsito. Cada instituição cumpre o seu dever constitucional de defender os interesses de Estado, garantir a segurança distrital e a segurança nacional, bem como proteger a incolumidade das pessoas e do patrimônio.

Juntos, os profissionais de segurança distritais e federais analisaram os desafios, fizeram avaliações de cenário e traçaram estratégias antes de definir o modelo adotado. Em um esforço pioneiro, constituímos um Comitê de Pacificação Social, ao qual foi apresentado o planejamento da Operação Esplanada. Validamos a ideia junto às lideranças dos movimentos sociais que estarão presentes nas manifestações. Ambos concordaram com a sua pertinência e colaboraram na pactuação das regras para mitigação de riscos.

Tão inédita quanto o atual momento político, essa operação de segurança pública e de segurança nacional criou a possibilidade de absorver, simultaneamente, manifestações distintas na imensidão do gramado da Esplanada dos Ministérios, sob a amplitude do céu de Brasília e no cérebro da República. E assim esse espaço singular do território nacional materializará a simbologia necessária, acolhendo duas manifestações com interesses declaradamente opostos.

Estamos preparados para oferecer o emprego das forças, de forma proporcional à evolução e à dinâmica da Operação Esplanada, a depender do comportamento dos manifestantes. Críticas vazias, desacompanhadas de propostas ou alternativas viáveis, apenas tensionam o momento delicado que estamos vivendo. Geralmente surgem pelo oportunismo, pela falta de informação e de conhecimento técnico ou ainda pela ausência de responsabilidade pública que a situação exige.

Lamentavelmente apelidado de “muro”, o corredor de serviços especializados de segurança e atendimento médico instalado para eventuais emergências, no centro da Operação Esplanada, funcionará como uma dupla avenida de oitenta metros com três alambrados, com capacidade de oferecer pronto atendimento, em tempo real, às cidadãs e aos cidadãos que estiverem exercendo o seu direito à manifestação.

A Operação Esplanada é uma solução estratégica para prevenir e dar respostas imediatas às situações que podem ocorrer em eventos de grande concentração de público. Antes der ser chamado jocosamente de muro do impeachment, a avenida central dos serviços de segurança e pronto atendimento merecia ser reconhecida como o Corredor da Democracia.

* Secretária de Estado da Segurança Pública e da Paz Social