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Após vitória de Trump, “1984” está entre obras mais vendidas nos EUA

No Brasil, outro livro de George Orwell que também trata de política e opressão figura no topo das listas: “A Revolução dos Bichos”

atualizado

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1984
1 de 1 1984 - Foto: iStock

A distopia imaginada por George Orwell no clássico “1984” se encaixa na era da não-verdade reforçada por Donald Trump? O questionamento é retórico, mas parece que muita gente tem buscado na sociedade totalitária imagina pelo escritor uma forma de entender o cenário político global.

Mesmo que a obra tenha sido escrita para denunciar o totalitarismo do pós-guerra, tanto à esquerda quanto à direita, ela figura na lista de mais vendidas em diversos países depois da vitória do candidato republicano nas eleições americanas em novembro do ano passado. Matéria publicada no El País afirma que o romance do autor britânico voltou a ser sucesso nos EUA: até essa sexta-feira (27/1), 1984 ocupava a primeira posição entre os livros mais vendidos no site Amazon.

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O livro é o primeiro colocado entre os mais vendidos na amazon.com

 

Na Espanha, a sociedade permanentemente vigiada imaginada por Orwell parece ter reconquistado os leitores. Em entrevista à rádio pública NPR, um porta-voz da Signet Classics, atual editora de “1984” no país, garantiu que, desde a posse de Donald Trump, as vendas da obra aumentaram 10.000%.

O fenômeno pode, inclusive, ter sua parte no Brasil. Na Livraria Cultura, outro livro de George Orwell que também trata de política, tirania e opressão figura entre os mais vendidos: “A Revolução dos Bichos”. Josino Nery, que é professor de literatura, afirma que é possível que haja uma relação entre a vitória de Donald Trump — e um consequente reforço das ideias que ele defende — e a ascensão de livros de temáticas como as abordadas por Orwell.

Ainda que não seja possível fazer uma conexão explícita entre a eleição de Trump e a escalada de vendas dessas publicações, o Grande Irmão criado por Orwell em “1984” parece rondar a política americana atual, com a constante ameça de controle da informação. O presidente não esconde sua relação tensa com o jornalismo. Em seu primeiro dia de trabalho, ele fez um discurso no qual garantiu que jornalistas estão “entre os seres humanos mais desonestos na terra”.

Steve Bannon, principal assessor Trump, disse, em entrevista ao “New York Times”, nessa quarta-feira (25/1), que a imprensa deveria “manter a boca fechada”. Trump, que afirma não ler livros porque “não tem tempo“, deveria começar a mudar seus hábitos.

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