Mostras sobre bens culturais e vida urbana chegam à Caixa Cultural
Nesta quarta (27/1), abrem ao público as exposições “Patrimônio Imaterial Brasileiro”, baseada em acervo do Iphan, e “Prática Comum Segundo Nosso Jardim”, do paulistano Rodrigo Sassi
atualizado
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Duas mostras de vertentes distintas abrem ao público na Caixa Cultural nesta quarta (27/1). Entre a arquitetura e a construção civil, a exposição “Prática Comum Segundo Nosso Jardim” apresenta dez obras do paulistano Rodrigo Sassi. Na Galeria Principal, “Patrimônio Imaterial Brasileiro – Celebração Viva da Cultura dos Povos” reúne imagens e objetos que registram tradições e manifestações sociais de diversas regiões do país.
Baseada nos dossiês do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), a mostra “Patrimônio Imaterial Brasileiro” reúne os 38 bens culturais reconhecidos pela instituição.
Fotos, vídeos e objetos levam ao público expressões como as bonecas Karajá, feitas pelo povo indígena de mesmo nome na região do rio Araguaia, e o Círio de Nazaré (foto no alto), grande procissão católica realizada há dois séculos em Belém (Pará).
Bonecas Karajá, feitas por indígenas na região do rio Araguaia Divulgação
Cachoeira de Iauaretê, local sagrado para os povos indígenas entre os rios Uaupés e Papuri (Amazonas) Pedro Martinelli/Divulgação
Complexo Cultural do Bumba-meu-boi do Maranhão Divulgação
O Fandango Caiçara, festa popular no litoral sul de São Paulo e no litoral norte do Paraná Divulgação
A tradicional Feira de Caruaru, em Pernambuco Divulgação
A Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis, Goiás Mauricio Pinheiro/Divulgação
A arte Kusiwa, expressão gráfica dos povos indígenas Wajãpi, do Amapá Heitor Reali/Divulgação
Em Brasília, a novidade é a Festa do Pau da Bandeira de Barbalha, incluída nos dossiês do Iphan em setembro de 2015. “Eles (realizadores) nos mandaram roupas que compõem a festa. Mostramos também elementos simbólicos, como uma lasca de madeira com a medalhinha de Santo Antônio”, diz Fernanda Pereira, uma das organizadoras da exibição.
Já montada em Fortaleza, Rio de Janeiro, Recife, Salvador e São Paulo, a mostra fornece um painel da geografia cultural brasileira. Para Fernanda, os bens “representam a nossa identidade”. “É importante pensarmos nisso porque o país vive num momento em que terreiros de candomblé são depredados, inclusive no DF”, diz. “A exposição é uma forma de valorizar a diferença que compõe nosso universo cultural”.
Entre arquitetura e intervenção urbana
Artista com experiência no campo da intervenção urbana e do grafite, Rodrigo Sassi reúne suas esculturas e gravuras na mostra “Prática Comum Segundo Nosso Jardim”. Realizadas com resíduos e sobras de construção civil, como concreto armado e chapas de madeira, as peças estão acomodadas nas intimistas galerias Piccola I e II.
Aos 34 anos, o paulistano acumula quase uma década de trânsito por intervenções urbanas e obras com grafite e estêncil. Desde que retornou de Londres, em 2010, Sassi se voltou para uma realização mais amistosa ao ambiente de ateliê, com esculturas e gravuras.
“Esse trabalho tem uma relação muito forte com a cidade”, diz o autor, formado em artes plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). “A ideia é trabalhar com um jogo de contraste, desconstruindo os materiais em formas mais orgânicas, que fogem do utilitário. É mesma coisa vista todos os dias nas cidades, porém de maneira livre, não respeitando os limites da engenharia”, explica.
Se as esculturas são feitas com sobras de construções, as gravuras revelam materiais descartados na realização das próprias esculturas. “É uma maneira de trazer a escultura para o plano bidimensional”, descreve. “Você consegue ver para além da composição e das técnicas de fixação: marcas de parafuso e de cimento”.
O artista paulistano Rodrigo Sassi: processo criativo envolve madeira e concreto armado Divulgação
A escultura "Perspectiva Naval" (2012) Divulgação
Uma das gravuras incluídas na exposição Divulgação
“Patrimônio Imaterial Brasileiro – Celebração Viva da Cultura dos Povos”
De quarta (27/1) a 27 de março, na Galeria Principal da Caixa Cultural (Setor Bancário Sul, Quadra 4, Lotes 3/4; 3206-9448). De terça a domingo, das 9h às 21h. Entrada franca. Classificação indicativa livre.
“Prática Comum Segundo Nosso Jardim”
De quarta (27/1) a 27 de março, nas Galerias Piccola I e II da Caixa Cultural (Setor Bancário Sul, Quadra 4, Lotes 3/4; 3206-9448). De terça a domingo, das 9h às 21h. Entrada franca. Classificação indicativa livre.
