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Um amigo inconveniente atormenta um casal no thriller “O Presente”

Uma das estreias desta quinta (3/12), primeiro filme dirigido pelo ator Joel Edgerton narra o cotidiano de um casal atordoado por um colega do passado

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Um dos bons atores de Hollywood nos últimos cinco ou seis anos, o australiano Joel Edgerton já trocou sopapos num ringue de MMA (“Guerreiro”), encarnou o faraó egípcio Ramsés (“Êxodo – Deuses e Reis”) e viveu um agente corrupto do FBI (“Aliança do Crime”, ainda em cartaz). Na primeira experiência como diretor, ele mostra segurança e sutileza em “O Presente”, suspense independente bancado com apenas US$ 5 milhões.

Mais um filme da produtora do momento, a Blumhouse (de “A Visita” e “Amizade Desfeita”), o thriller usa espertamente toda a áurea de aparente tranquilidade do subúrbio de Los Angeles para mexer com as expectativas do público. Tal qual “Bata Antes de Entrar”, em que Keanu Reeves vive um burguês atormentado por um par de jovens perturbadas, “O Presente” deturpa o produto perfeito do Sonho Americano – o casal hétero branco, (supostamente) honesto e vencedor.

Simon (Jason Bateman) faz carreira como vendedor de sistemas de segurança para grandes empresas. Robyn (Rebecca Hall), a esposa, é decoradora de interiores, mas atualmente cuida do novo lar. Esse cotidiano saído de uma propaganda de pasta de dente fica sombrio e ameaçador quando Gordo (Edgerton) reconhece Simon numa loja qualquer. Ele é um antigo colega da infância, falante e inconveniente.

Suspense angustiante – e com final perturbador
Gordo mal fala sobre si mesmo, mas parece gentil. Presenteia Simon e Robyn com extrema generosidade, em gestos que chegam a constranger o casal. Ele aparece sorrateiramente com frequência e deixa embalagens coloridas na entrada da residência.

Edgerton conduz a narrativa com uma lentidão angustiante e abrasiva, como se cada ato de invasão construísse uma elaboração criminosa digna de um serial killer. Robyn, defensora do novo amigo, desconfia de Simon quando Gordo deixa uma nota citando o passado nebuloso dos dois. Algo aconteceu lá atrás para que o marido, hoje, pareça tão distante e incomodado com o retorno do colega.

Vale não revelar o mistério para evitar “desembrulhar” a trama antes da hora. Mais importante que a trama – encerrada com tremendo impacto – é a direção comedida de Edgerton, capaz de direcionar as atuações para vielas dramáticas nervosas e misteriosas. A própria composição espacial se impõe de maneira convincente, sem truques visuais gratuitos.

“O Presente” é desses filmes que nem precisam ser vistos numa sexta-feira à noite chuvosa e solitária para funcionar. A atmosfera que se vê na tela já é por si só opressora o bastante.

Avaliação: Bom

Veja horários e salas de “O Presente”.

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