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Crítica: Nimona ironiza moralismo com filme divertido e inteligente

Nimona, nova animação da Netflix, é uma crítica inteligente e divertida contra o pânico moral e o conservadorismo social

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Ballister Boldheart (vivido por Riz Ahmed) e Nimona (dublado por Chloë Grace Moretz)
1 de 1 Ballister Boldheart (vivido por Riz Ahmed) e Nimona (dublado por Chloë Grace Moretz) - Foto: Netflix

O pânico moral, infelizmente, é uma arma política que está aí há muitos anos. Se, para alguns é uma arma de poder, para outros é a condenação a uma vida de opressão. E, atualmente, pessoas queer são o alvo predileto – como mostram as notícias recentes. É, neste caldo cultural, que emerge Nimona, nova animação da Netflix, que é uma das surpresas positivas de 2023.

Nimona, que é uma adaptação da graphic novel de mesmo nome, conta a história da personagem-título (Chloë Grace Moretz), uma metamorfa (ou, em palavras mais simples, um ser capaz de assumir as mais variadas formas) que se junta ao cavaleiro Ballister (Riz Ahmed), renegado após ser acusado injustamente por um crime.

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Animação Nimona é uma boa surpresa da Netflix
Filme critica pânico moral difundido por instituições moralistas
Nimona está disponível na Netflix
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Ballister Boldheart (vivido por Riz Ahmed) e Nimona (dublado por Chloë Grace Moretz)

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Animação Nimona é uma boa surpresa da Netflix

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Filme critica pânico moral difundido por instituições moralistas

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Nimona está disponível na Netflix

O que une esses dois personagens? Ballister era um pobre que tenta virar cavaleiro – espaço reservado para nobres. Nimona, enfim, é a esssência da diferença: afinal, ela é uma metamorfa, podendo ser uma menina, uma baleia, uma foca, uma ursa ou uma gorila. Ambos contariavam a tradição, os bons costumes ou qualquer outra coisa nesse sentido. A trama se desenvolve em um futuro-medieval, em que a tecnologia, não foi capaz de mudar a vista para costumes e tradições ultrapassados.

É nesse contexto que a tal Instituição tenta manter a ordem estabelecida na cidade murada. Tudo em nome de Gloreth, uma valquíria que lutou contra os monstos e “salvou a todos”, mesmo que esse seja apenas um lado da história. Por isso, todos precisam viver isolados do mundo – afinal, o inimigo está lá fora. Sozinhos, passam a crer que toda e qualquer diferença é monstruosa.

Nimona reflete o mundo atual

Essa posição da Instituição é, claro, uma fonte de poder: portanto, vale tudo para mantê-la. Inclusive, disseminar o pânico moral entre a população. O diferente é cruel, é ruim, é perigoso. Por que olhar para além dos muros? Se é lá que estão os monstros?

Nimona é, portanto, uma alegoria (divertida, sarcástica e emocionante) da sociedade atual, que, mesmo a despeito da evolução tecnológica, insiste em manter um comportamento medieval em relação a pessoas LGBTQIAP+ ou em relação a imigrantes. Isso para ficarmos em apenas dois exemplos.

Nimona não é um filme militante (e, caso fosse, não teria o menor problema). Mas é uma produção que se dirige a gays, lésbicas, não-bináries, transsexuais e outros que são perseguidos por apenas serem quem são. E, o melhor disso, é uma animação sutil, brincalhosa e uma ótima pedida.

Avaliação: Excelente

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