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Troca de bebês: outra família procura polícia para fazer exame de DNA

Informação foi confirmada ao Metrópoles por Geruza Fernandes Ferreira. Ela descobriu não ser a mãe biológica da criança que cuida desde 2014

atualizado

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Arthur Menescal/Especial Metrópoles
Entrevista com Gerusa Fernandes Ferreira, mãe que entrou na justiça após descobrir que sua filha havia sido trocada na maternidade 6 anos atrás
1 de 1 Entrevista com Gerusa Fernandes Ferreira, mãe que entrou na justiça após descobrir que sua filha havia sido trocada na maternidade 6 anos atrás - Foto: Arthur Menescal/Especial Metrópoles

Mais um casal procurou a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) para descobrir se a filha foi trocada na maternidade do Hospital Regional de Planaltina, há sete anos. Agora, são duas famílias que suspeitam que suas bebês podem ter sido trocadas com a de Geruza Fernandes Ferreira (foto em destaque), 38 anos, que descobriu não ser a mãe biológica da criança que cuida desde maio de 2014.

Uma outra família procurou a corporação na quinta-feira (21/10), com a mesma dúvida. As crianças submetidas ao exame de DNA nasceram na unidade de saúde no mesmo dia que a menina criada por Geruza. A informação de uma segunda família ter a suspeita de troca foi confirmada pela mulher, que é informada do andamento das investigações sobre o caso pela própria polícia.

O caso é apurado pela 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina) e corre em segredo de Justiça. Fora do âmbito policial, o processo tramita na área cível. Em agosto, o Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT) estabeleceu o pagamento de R$ 300 mil a título de danos morais em favor de Geruza. A Justiça entendeu que a troca de bebês ficou comprovada. No entanto, o GDF recorreu da decisão e Geruza ainda não recebeu a indenização.

Em entrevista ao Metrópoles, a dona de casa relatou os momentos de angústia que a acompanham desde novembro de 2019. Naquela data, a mulher descobriu que a filha havia sido trocada na maternidade.

Geruza conta ter descoberto a situação após o ex-companheiro não realizar o pagamento da pensão alimentícia e levar a criança para realizar um teste de DNA. “Ele a buscou sem minha permissão, levou a um laboratório particular e fez o exame. Na primeira audiência de conciliação, ele já alegou que ela não era filha biológica dele e queria tirar o nome da certidão de nascimento”, explica.

Ao submeter-se ao teste, a dona de casa, que trabalha vendendo lanches em um terminal rodoviário no Plano Piloto, teve uma surpresa ainda maior: o resultado mostrou que ela não era a mãe biológica da garota. “Fiquei desesperada como mãe e, como mulher, tinha certeza de que ele era o pai”, declara.

Foi, então, que teve início uma batalha judicial e emocional. “É uma coisa que mexe com toda a família. Estou em depressão, são várias noites sem dormir, porque fico me perguntando o que aconteceu com minha filha biológica”, releva Geruza.

 

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“Não foi um erro meu, mas do hospital. Tenho a pulseira de identificação dela, provei que tive a bebê lá. É uma dor incomparável.”

Hoje, com 7 anos, a criança vive com Geruza, seu esposo e a filha mais nova, de 2 anos. “Eu a amo demais, é minha filha, não de sangue, mas de coração e criação. Mas eu tenho o direito de saber onde a outra está, como está e com quem está vivendo”, diz.

Possível encontro

Além da indenização, o desejo maior da mãe é ter um encontro com a sua filha de sangue. “Quero que a gente possa se encontrar. Creio que a outra família, quando souber, vai ter a mesma opinião. Minha filha tem que conhecer como é a outra família dela”, defende.

De acordo com a mulher, ela nunca desconfiou de ter havido troca no hospital, porque a menina tem aparência semelhante à de sua família. “Meu pai é claro, minha mãe é morena, meu irmão é negro. Não tinha como eu desconfiar”, revela Geruza. Segundo a mãe, a filha já tem conhecimento da situação. “Ela já sabe, entende e viu meu desespero. Às vezes eu chorava e ela perguntava o motivo. Chegou ao ponto que não dava mais para esconder.”

Geruza salienta que o maior desafio, agora, é manter o equilíbrio dentro de casa. “A gente só via isso em novela, em filme. É algo muito doloroso”, finaliza.

 

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