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Terremoto na Venezuela é sentido por moradores da Asa Sul

De acordo com o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília, o tremor teve reflexo ainda em Manaus e Belém

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Prédios da Asa Sul
1 de 1 Prédios da Asa Sul - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O forte terremoto na costa da Venezuela foi sentido em Manaus (AM), Boa Vista (RR), Belém (PA) e na Asa Sul, por volta das 18h30 dessa terça-feira (21/8). A informação foi repassada pelo Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB). O tremor atingiu magnitude 7.3.

Na Venezuela, de acordo com a imprensa local, diversos edifícios tiveram de ser evacuados em Caracas, a capital. O abalo foi registrado com 123km de profundidade e teve o epicentro na costa do golfo de Paria, próximo à cidade de Irapa.

O professor George Sand Leão Araújo, do Observatório Sismológico da UnB, disse que moradores da 103 Sul relatam sentir tremores quando há abalos sísmicos em países vizinhos.

De acordo com o especialista, “quem está no chão não sente, ao contrário dos moradores de andares mais altos. É uma questão geológica. Os relatos em Brasília apontaram que a intensidade na escala de Mercalli [usada para medir um abalo sísmico] foi dois. Não gerou pânico, nem foi preciso evacuar prédio, só deu para sentir mesmo”.

A geóloga Dhébora Batista Rosa Ventura, que já foi bolsista do Observatório, sentiu o terremoto na noite dessa terça (21). “Houve uma leve oscilação no prédio onde moro e tive a sensação de vertigem. Ao mesmo tempo, a esquadria da minha janela estalou e os cães da vizinhança começaram a latir em uníssono. Objetos pendurados balançaram também”, relatou.

A brasiliense mora na Asa Sul e disse já ter sentido sismos várias vezes ao longo dos anos. “A maioria das pessoas não consegue identificar esse tipo de evento, confundem com tontura ou algo similar”, explicou.

Outro morador de Brasília, que se identificou como Rodrigo Sales, fez um relato na plataforma do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP). “Eu estava parado no semáforo quando senti o carro balançar. Puxei o freio de mão, achando que o carro estava andando. Cheguei até a pensar que não estava bem”, diz no texto publicado.

O aposentado Roberto Macedo, 55 anos, mora na 103 Sul. Ele disse que não estava em casa no momento do terremoto dessa terça. Mas afirma que, em abril, sentiu o tremor. “Pensei que era alguém empurrando o sofá. Foi tão forte que todo mundo começou a interfonar para a portaria e os Bombeiros vieram aqui”, contou.

Não é a primeira vez que Brasília sente os efeitos de um terremoto na América do Sul. Em abril deste ano, pessoas que trabalham ou moram na Asa Norte, Esplanada dos Ministérios, antiga Rodoferroviária, no Sudoeste, Guará, setores Comercial Sul e de Indústrias Gráficas, em Taguatinga, entre outros pontos da capital, ficaram assustadas.

Conforme relatos, por volta das 11h do dia 2, os edifícios balançaram e todas as pessoas desceram com medo. Logo em seguida, o Observatório Sismológico da UnB informou ter havido um terremoto na Bolívia, de 6.8° de magnitude, sentido em Brasília, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Apesar do pânico, o tremor sentido na capital da República foi fraco, segundo o professor Marcelo Rocha, do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB). Na escala de intensidade de 1 a 12, o abalo ficou entre 3 e 4.

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