metropoles.com

Servidores do TCDF fazem vaquinha por família de engraxate assassinado

Francisco Félix David Rocha, 26 anos, morreu baleado no sábado de Carnaval, em Samambaia. Ele trabalhava no tribunal havia uma década

atualizado

Compartilhar notícia

Material cedido ao Metrópoles
francisco félix david rocha tcdf engraxate
1 de 1 francisco félix david rocha tcdf engraxate - Foto: Material cedido ao Metrópoles

O assassinato de um engraxate sensibilizou servidores do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), que uniram forças para auxiliar a família dele. A vítima, Francisco Félix David Rocha, 26 anos, dedicou uma década de trabalho no órgão e, nesse período, cativou a clientela no local, até que, no dia 11 de fevereiro, morreu baleado em Samambaia. Comovidos pela tragédia e a história do rapaz, servidores da Corte arrecadam dinheiro para bancar as despesas funerárias.

Cássio Costa é um dos integrantes do TCDF que angariam os fundos. Segundo ele, trabalhadores terceirizados da Corte juntaram R$ 900, já entregues aos familiares de Francisco. Agora, o objetivo principal é reunir 10 vezes esse valor: R$ 9 mil, custo total do funeral de Felim – como o engraxate era chamado por amigos e parentes.

“Muita gente ainda nem sabe que a família do Francisco acumulou dívidas por causa do enterro. Nos próximos dias, vamos avisar aos servidores”, diz Costa. Ele trabalha no órgão há três anos e, nesse período, conheceu a história de Francisco – inclusive o drama particular enfrentado pelo engraxate, causado pelo orçamento enxuto e o alto custo do tratamento da mãe, Marlene David, 49, contra diversas enfermidades.

0

 

Segundo Cássio, Francisco lhe confidenciava os esforços feitos para amenizar o sofrimento da mulher. “Houve um tempo em que ele tinha três empregos: em uma secretaria, no TCDF e, à noite, como segurança. E abdicava de muita coisa para estar com a mãe, nos hospitais”, relembra.

O irmão mais velho de Francisco, o vigilante Francimaikon David, 30 anos, conta que a mãe tem esclerose múltipla, diabetes e doença de Chagas, além de problemas na coluna. Por causa disso, a lista de medicamentos – e, consequentemente, a despesa mensal – é extensa, e ela não trabalha.

Maikon, como é conhecido o irmão de Felim, relembra ter sonhado, na noite da tragédia, que o caçula morria. Ao acordar, ele procurou pelo irmão nas ruas de Samambaia, onde viu aglomeração de pessoas. O vigilante se aproximou delas e, como confirmação do pesadelo, viu Felim caído no chão.

Nos braços de Maikon, em meio à agonia, o jovem afirmou que sabia quem era o autor dos disparos. Instantes depois, ele recebeu socorro, foi encaminhado a um hospital, mas não sobreviveu.

Revolta
O pai do engraxate, o vigilante Francisquinho Rocha, 51 anos, clama por justiça. “A indignação é demais. Nós que somos vítimas. Meu filho era uma boa pessoa, trabalhador, nunca teve bate-boca com ninguém”, lamenta.

No último sábado (17/2), familiares, amigos e clientes de Francisco saíram às ruas de Samambaia para pedir paz. Vestidos com camisetas em homenagem a Felim, eles estenderam faixas de protesto.

O crime
Francisco e outro homem, de 23 anos, foram baleados na madrugada do sábado de Carnaval, na Quadra 327, Conjunto 4, em Samambaia, onde havia uma festa. Segundo informações da Divisão de Comunicação Social da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), um indivíduo que estava na garupa de uma moto disparou contra a dupla e fugiu em seguida.

Equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) socorreu o engraxate e o levou ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT), onde ele perdeu a vida horas após o resgate. O outro baleado morreu na hora.

O chefe da 32ª DP (Samambaia Sul), Julio Cesar de Oliveira, disse ao Metrópoles que a Polícia Civil já identificou os dois autores do crime e, nos próximos dias, vai pedir a prisão preventiva deles. “A princípio, a investigação aponta que [os criminosos] foram para matar o outro, não Francisco”, afirmou. O delegado tem até a segunda semana de março para concluir o inquérito.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?