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Rollemberg cria delegacia de combate à intolerância religiosa e promete nomear 120 policiais civis

Serão 100 agentes e 20 escrivães aprovados no último concurso. Medida foi anunciada na solenidade em que o governador assinou o decreto da nova unidade, que contará com 15 servidores. No mesmo momento, sindicato fazia protesto para cobrar reforço no efetivo

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1 de 1 Leonardo Arruda/Esp.Metrópoles - Foto: Leonardo Arruda/Esp.Metrópoles

O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) assinou, na manhã desta quinta-feira (21/1), o decreto de criação da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência. O órgão, que será instalado no prédio do Departamento de Polícia Especializada, próximo à saída do Parque da Cidade na direção Sudoeste, será chefiado pela delegada Gláucia Cristina da Silva e contará com 15 servidoes.

Rollemberg ainda anunciou a nomeção de 100 agentes da Polícia Civil e de 20 escrivães aprovados no último concurso para a categoria. A medida deve ajudar a dissipar as tensões do sindicato, que alega que a corporação não tem efetivo para a nova unidade. “Será apresentado na semana que vem o cronograma de nomeações”, disse o governador.

De acordo com o socialista, a criação da delegacia é um passo no caminho para a cura de uma “sociedade doente”. “Temos que construir, a cada dia, uma cultura de paz que possa promover a solidariedade e a justiça entre os povos. É inaceitável que, na capital da República, ainda possamos conviver com esses crimes de intolerância. A criação da delegacia é apenas um pequeno passo.”

O babalorixá Jaime de Ogum lembrou a importância da medida devido ao preconceito e à violência que sofrem os integrantes de religiões de matriz afro. “Já jogaram pedras na minha casa, me xingam na rua… A criação da delegacia é uma vitória.”

Compromisso

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Mãe Baiana (foto), que teve a casa queimada em novembro do ano passado, fez questão de comparecer à solenidade de lançamento da delegacia. Ela foi citada pela presidente da Fundação Cultural Palmares, Cida Abreu. “Essa delegacia simboliza um problema que ocorre no Brasil inteiro. Mãe baiana sofreu com ele na pele. A criação da unidade é uma forma de o GDF dizer que tem responsabilidade com os crimes que aconteceram em toda Brasilia e no Entorno”, afirmou.

Toninho Tavares/Agência BrasíliaA Fundação Palmares e o GDF assinaram um protocolo de intenções para trabalhar um pacote de ações que venham a transformar a realidade de intolerância religiosa. “O dia 21 de janeiro não pode ser esquecido. Nós somos filhos do Brasil, não dá para a intolerância tirar os filhos do Brasil. Estamos começando não só um processo de vitória, mas de muito trabalho”, completou.

Protesto
No momento em que ocorria a solenidade no Palácio do Buriti, o Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol) organizava um protesto. De acordo com a diretora de comunicação do Sinpol, Selma Lima, a corporação trabalha hoje com metade do efetivo necessário para a atividade.

 

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“Temos o mesmo quadro de 1993. Deveríamos contar com 8,4 mil policiais civis, mas trabalhamos com 4,6. E ainda vão criar uma delegacia?”, questiona. Com flores brancas nas mãos, os integrantes da entidade chegaram ao Palácio do Buriti por volta das 9h. “As flores são para mostrar que concordamos com a proteção dessas pessoas, entendemos que elas merecem respeito, mas nós também merecemos. Não podemos trabalhar assim”, disse Selma.

Ao lado do Sinpol, a Comissão de Aprovados Agentes e Escrivães entregavam panfletos nas proximidades do palácio. Segundo eles, existem, hoje, 430 aprovados no concurso da Polícia Civil, com curso de formação concluído em 2013, aguardando para serem chamados.

Após tomar conhecimento do anúncio de Rollemberg, o presidente do Sinpol, Rodrigo Franco, viu a declaração com descrédito. “O governador fez muitas promessas na área de segurança pública. Disse que nomearia os aprovados em fevereiro de 2015. O ano passou e ninguém foi nomeado. E 100 agentes não são suficientes para suprir a demanda.”

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