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Em novo depoimento, Funaro diz que Cunha repassava propina a Temer

Operador financeiro diz ter repassado R$ 90 milhões a Eduardo Cunha e que propina era paga a presidente

atualizado

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Antônio Cruz/Agência Brasil
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1 de 1 temer-e-cunha_antonio-cruz_agencia-brasil_1280x720 - Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Em novo depoimento à Polícia Federal, o doleiro Lúcio Funaro afirmou que o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB-RJ), repassava propina ao presidente Michel Temer (MDB-SP) desde “2003 ou 2004”. O depoimento foi obtido pelo jornal O Globo e publicado na página do diário na internet.

O delator acrescentou detalhes além das informações já prestadas em sua delação premiada. Pela primeira vez, ele contou aos investigadores que Altair Alves Pinto, apontado como transportador do dinheiro de Eduardo Cunha, retirou ao menos R$ 90 milhões em dinheiro vivo de seu escritório.

Segundo relato de Funaro, Altair retirava os valores de se escritório em São Paulo e entregava no escritório de Temer ou no do advogado e amigo do presidente, José Yunes.

“Tem conhecimento que desde 2003 ou 2004 Eduardo Cunha repassava valores decorrente de ‘propina’ para o senhor Michel Temer e que por algumas vezes o senhor Altair Alves Pinto retirava dinheiro no escritório do depoente e entregava no escritório do presidente Michel Temer ou para José Yunes, tendo também como destinatário final Michel Temer, conforme relatado por Altair”, disse o doleiro em depoimento obtido por O Globo.

A assessoria de Michel Temer divulgou nota afirmando que “Lúcio Funaro é um mentiroso contumaz já desmentido por outras testemunhas e pelos fatos. Fala sem provas e cria falsas versões”.

Relacionamento com Cunha
Funaro também revelou, em seu novo depoimento, como era o relacionamento entre o dono do grupo Libra, Gonçalo Torrealba, e Eduardo Cunha. De acordo com o operador, Cunha usava um helicóptero emprestado por Torrealba em suas campanhas eleitorais e os dois viajavam juntos, com suas famílias, a lazer.

O dono do grupo Libra ainda teria agido para impedir que o empresário Júlio Camargo delatasse Cunha, em um caso envolvendo propina em contratos da Petrobras.

Segundo Funaro, o ex-presidente da Câmara e colegas de partido defenderam os interesses de algumas empresas do setor portuário na votação da MP dos Portos, em 2013.

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