Jovem morto após ser atropelado é enterrado em Minas Gerais

Familiares e amigos dos jovens que morreram após serem agredidos e atropelados no Jardins Mangueiral, em São Sebastião, prestam as últimas homenagens às vítimas neste domingo (30/4). Douglas Araújo Santos, 21 anos, foi enterrado na cidade de Buritis, em Minas Gerais, durante a manhã. A família de Daniel Barreto, 28, ainda aguarda a liberação do corpo para realizar o velório no Distrito Federal. Após a cerimônia, o corpo será transportado para o Rio de Janeiro, onde será enterrado nesta segunda (1º/5).

O suspeito de cometer o crime é Fernando Salvador Souza Rodrigues, 18, que foi preso horas depois do homicídio. Ele está detido na carceragem da Polícia Civil e deve participar se uma audiência de custódia ainda neste domingo. Na ocasião, o juiz decidirá se vai manter a prisão ou se a liberdade provisória será concedida.

O crime
A tragédia ocorreu depois de um furto de um celular na festa que ocorria na casa de Daniel, na madrugada de sábado (29), no Jardins Mangueiral. Algumas pessoas desconhecidas teriam tido acesso ao local, entre eles, o autor do homicídio.

Uma testemunha, que pediu para não ser identificada, afirmou ao Metrópoles que viu o momento em que o grupo de 10 homens e quatro mulheres agrediu as vítimas. “Eu parei o carro e corri para separar. Tirei primeiro o Douglas e depois puxei o Daniel, que estava no chão”, lembrou.

O homem relata ainda que os dois amigos estavam bem e não ficaram com ferimentos graves depois da agressão. “Os coloquei sentados no meio-fio. Foi aí que o cara foi lá, pegou o carro, fez a curva e acelerou na minha direção. Quando o carro chegou perto de mim, ele freou e jogou o carro para o local onde os meninos estavam. Douglas morreu na hora. Daniel chegou a ser socorrido pelos bombeiros, mas morreu depois de 30 minutos”, lamentou.

A testemunha detalha que chegou a pedir para o grupo ligar para os bombeiros, mas todos saíram correndo. Questionado sobre a tipificação do crime cometido pelo autor como homicídio culposo, quando não há intenção de matar, ele desabafa: “Uma pessoa sem habilitação, que pega um carro e acelera a 150km/h, assume o risco de matar”, disse.

Daniel cursava o quinto semestre de direito no Universidade Paulista (Unip). Segundo amigos, era uma pessoa muito alegre. A família dele mora no Rio de Janeiro. O rapaz veio para Brasília depois de conseguir uma bolsa de estudos do Prouni. “Poderia ter escolhido outro estado, mas quis a capital do país, onde morreu desta forma, de maneira cruel”, disse uma amiga, muita abalada.

Mineiro, Douglas também morava em São Sebastião, com os pais. Ele cursava o 6º semestre de enfermagem no UniCeub. Segundo a prima Denia Lopes, tinha muitos amigos e onde ele chegava contagiava a todos. “Era sempre alegre, amoroso, sorridente”, ressaltou. “Acreditamos que ele morreu porque estava com o Daniel. A pessoa que fez isso não tinha como alvo o Douglas”, lamentou.

Manifestação
Na manhã deste domingo, amigos das vítimas fizeram uma manifestação pedindo justiça na apuração do caso. “A partir do momento que ele (Fernando) roubou o carro e acelerou na direção de pessoas, tinha a intenção de matar”, afirmou um dos amigos de Daniel. Vestidos com roupas brancas, os jovens que foram até a 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) para protestar pediram para que o suspeito seja autuado por homicídio doloso, quando há intenção de tirar a vida de alguém.

 

 

O Centro Acadêmico de Direito da Unip se manifestou, por meio das redes sociais, contra a tipificação do crime. “Estamos aversos ao posicionamento do delegado responsável pelo caso que caracteriza um crime dessa categoria apenas como homicídio culposo (sem intenção de matar). Trabalharemos incansavelmente para colocar o assassino atrás das grades como ele realmente merece, por dois homicídios dolosos (com intenção de matar)”, diz a mensagem divulgada pelo CA.

No texto, os alunos lembram que a alegria era a marca registrada de Daniel. “Barretão, como também era conhecido, era subdiretor de Assuntos Estudantis da gestão atual do CA-Direito Unip. Alegria e carisma faziam parte dele, era um jovem cheio de planos e sonhos. O Centro Acadêmico está de luto. A tristeza vai além do falecimento de um amigo. Também estamos indignados pela ausência da justiça”. 

Nas redes sociais, o Centro Acadêmico de Enfermagem do UniCeub, do qual Douglas fazia parte, prestou uma homenagem ao colega.