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Irreverente, padre que dá “pedala, Robinho” em crianças enche igreja e é querido por fiéis

O Metrópoles assistiu a uma missa de José Roberto Angelotto. Além dos cascudos nas crianças, ele também abençoa os fieis com baldes d’água

atualizado

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Paroquia Ressurreição/Divulgação
Paroquia Ressurreição/Divulgação
1 de 1 Paroquia Ressurreição/Divulgação - Foto: Paroquia Ressurreição/Divulgação

A missa começa às 10h, mas às 9h chegam crianças de todas as idades e procuram uma das cadeiras vermelhas para sentar. Sim. Vermelhas, acolchoadas e com uma capa para ficarem padronizadas. Sem o tradicional banco de madeira, elas apenas abaixam o assento e aguardam. O que fazem ali? Sabem de cor: “aprender a rezar, respeitar a família e serem abençoadas”. Embora o aprendizado seja o esperado para um lugar religioso, o ritual vai além dos padrões tradicionais.

Famoso após a publicação de um vídeo em que mostra uma forma “inovadora” de abençoar as crianças durante a celebração religiosa, o padre José Roberto Angelotto, 45 anos, é a espontaneidade em pessoa. Os cascudos seguidos de uma série de “pedala, Robinho” publicados na web são uma marca do pároco. Ele passa pelas crianças, brinca, puxa o cabelo, dá um tapinha. O certo é que não adianta as mães fazerem penteados diferentes nas meninas, certamente elas sairão da missa com cabelo bagunçado.

Em Ceilândia, na Paróquia Ressurreição, as paredes são vermelhas como as cadeiras. Sete sinos tocam a cada hora do dia e a missa tem quase duas horas de duração. A reforma é toda de responsabilidade de Angelotto, que fez campanhas, rifas e modernizou toda a paróquia. “Ele está aqui há 10 anos. Antes, tinham uma igreja velha. Hoje, nossa paróquia é disputada para a realização de casamentos. Ele tem muito carinho por todos”, afirmou a coordenadora da pastoral da melhor idade, Maria das Graças Amorim.

A reportagem do Metrópoles assistiu a Missa deste domingo (24/1). Conversou com fiéis e com dezenas de crianças. “É muito divertido. Ele não machuca a gente”, afirmou Nicolly Malheiro, 11. “Ele gosta de brincar”, acrescenta Bruno Amorim Parrião, 9 anos. Os “pedalas” acontecem sempre na hora dos agradecimentos e da benção. Mas não para por aí. No fim da missa, em vez de abençoar os visitantes com água benta, o padre usa um balde para molhar quem assiste à missa. É o que ele mesmo chama de “água viva”. Durante a homilia, opta pelo estilo mais informal na igreja. “Quem não tem o espírito de Jesus, está lascado”, diz aos fieis.

Manoela Alcântara/ Metrópoles
Lousane Malheiro, 39 anos, vai à missa todos os domingos com os filhos Nicolly, 11 e Natan, 9. Bruno Amorim (D), 9, vai com a avó

Neste domingo os vídeos que o levaram ao jornal Britânico “The Mirror” também foram assunto do discurso. “Tô famoso, saí na internet. Quem fez o vídeo, fez com ingenuidade, para mostrar para a família. Bem, Deus sabe o que faz. Nunca perdi uma noite de sono pelas coisas que são da vontade Dele”, afirmou durante a homilia.

O padre prefere não dar entrevista. Ele quer evitar aumentar mais ainda a repercussão adquirida após a divulgação do famoso vídeo, mas quem esteva na missa falou sobre a personalidade dele. Nascido em Campo Grande (MS), o pároco vem de uma família de religiosos. Tem um irmão padre e uma irmã freira.

A prática dos cascudos não afasta as crianças. Pelo contrário. Elas formam filas para receber a benção. Algumas colocam as mãos na cabeça, outras saem rindo. Há quem faça caras e bocas, mas todos voltam para as cadeiras contando aos pais o que padre falou.

O que não dá para negar é que ninguém tira os olhos do altar. Entre uma brincadeira e outra, a descontração é o fator atrativo da missa. O padre é moderno e brinca, mas proíbe o uso do celular durante a missa. Também não autoriza fotos. A atenção fica toda voltada para a liturgia.

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