Irmão de mulher que morreu em acidente com ônibus: “Estamos desolados”

Emocionados, parentes e amigos das técnicas em saúde bucal Carla Machado da Silva Lemos, 40 anos, e Rosimeire Rodrigues da Silva, 32, foram ao local do acidente desta terça-feira (12/3) na BR-251. Os corpos das duas mulheres, que perderam a vida a caminho do trabalho, no Complexo Penitenciária da Papuda, foram retirados das ferragens por volta das 13h e encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML).

Irmão de Rosimeire, Sílvio Rodrigues (à esquerda, na foto em destaque), 35, acompanhou a perícia da Polícia Civil do DF. Ele disse que a servidora deixa uma filha de 5 anos. “Ainda não sabemos como contar que a mãe morreu. Ela era solteira e muito batalhadora. Irmã do meio de uma família de seis filhos. Morreu muito jovem. Estamos desolados”, comentou.

O primo de Carla, Newton Cleiton Ferreira, 46, também acompanhou a retirada dos corpos. Ele pretendia passar o próximo fim de semana na casa dela, em Unaí (MG). “A ficha não caiu. Vamos sofrer muito com a perda”, ressaltou.

Carla dirigia o Corolla branco, placa PAV 7484-DF, que bateu de frente com um ônibus escolar por volta das 7h desta terça (12). A frente do carro ficou completamente destruída. “Eram duas profissionais exemplares. Perdemos amigas dedicadas e queridas que vão fazer muita falta”, disse um colega.

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Acidente envolveu ônibus escolar e carro de passeio Rafaela Felicciano/Metrópoles

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Corolla ficou destruído Rafaela Felicciano/Metrópoles

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Carla Machado morreu no acidente Reprodução

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Acidente ocorreu na BR-251 Rafaela Felicciano/Metrópoles

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Muitos parentes foram ao local do acidente Rafaela Felicciano/Metrópoles

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Estudantes foram levados para diversos hospitais, entre eles, o do Paranoá Luísa Guimarães/Metrópoles

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Doralia Cristina Silva (ao centro) sobre a amiga Carla. "Uma pessoa maravilhosa"

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Amiga de Carla Machado, a também técnica de saúde bucal Doralia Cristina Silva, 50, lamentou a tragédia. “Ela era uma pessoa maravilhosa. Estamos sem entender o que aconteceu. Sempre prudente e atenta ao trânsito. Muito triste. A família está muito abalada”, garantiu.

O acidente ocorreu no Km 7,8, na região do Capão Seco, no Paranoá, por volta das 7h. O Corolla bateu de frente com o ônibus escolar, que levava 41 estudantes, entre 14 e 17 anos, para o Centro Educacional do PADF.

Entre os 16 estudantes feridos no acidente, nove foram transportados para o Hospital Regional do Paranoá (HRP). Levado à unidade de saúde e acompanhado da mãe, Ysak Ramos, 16 anos, disse acreditar que o ônibus escolar estava na velocidade normal da pista – 60 km/h – e contou que o carro de passeio trafegava em zigue-zague.

“O motorista tentou jogar o ônibus para o lado, mas acabou batendo de frente. Começou a sair muita fumaça. Quebramos a janela de emergência e todo mundo saiu desesperado. Vi muita gente machucada, mas a segurança do ônibus é boa, e a maioria [dos passageiros] estava de cinto”, afirmou o estudante, que deu entrevista autorizado pela mãe.

Desesperados, muitos pais compareceram ao Hospital Regional do Paranoá para acompanhar os filhos. Enquanto alguns alunos chegaram imobilizados em macas, outros conseguiam caminhar. De acordo com os bombeiros presentes no HRP, nenhum deles em estado grave.

Alonso José de Barros, 30, levou o filho de 17 anos para o Hospital Regional do Paranoá. “Ficamos preocupados. Achamos que está tudo seguro, mas não”, ressaltou. O adolescente quebrou o nariz e terá que passar por cirurgia. No entanto, conforme conta o pai, está bem emocionalmente. “Ele me disse que se fosse ontem [segunda] teria sido muito pior, pois vários alunos estavam em pé no ônibus”, completou.

Com autorização da mãe, Paloma Rania, 15, também deu entrevista ao Metrópoles. Ela afirmou que a maioria dos estudantes usava cinto de segurança no ônibus. A jovem não se queixou de problemas com o veículo. “A gente só ouviu o baque e todo mundo correndo, vidros quebrados. Não vi direito como aconteceu tudo. Ficamos muito assustados”, garantiu.

Outra aluna, de 16 anos, confirma a versão. Segundo ela, a monitora que estava no veículo sempre obriga os alunos a usarem cinto. “Bati minha boca no banco da frente e machucou”, relatou, após sair da emergência do HRP.

Veja vídeos do resgate:

Como foi o acidente
De acordo com os bombeiros, o carro de passeio vinha no sentido Brasília da BR-251 quando colidiu frontalmente com o ônibus, que seguia na faixa contrária. A pista é dupla. A capacidade do coletivo é de 45 passageiros, e havia 41 pessoas no momento do acidente. Havia marcas de frenagem no asfalto.

O motorista do ônibus escolar, José Eduardo de Almeida, 60, não se feriu. Ele passou por teste do bafômetro. O resultado deu negativo. A Geraldo Pereira, responsável pela Pollo Viagens e Transporte, dona do coletivo que presta serviço ao GDF, ele disse que a condutora do Corolla vinha em zigue-zague e teria invadido a pista contrária ao tentar ultrapassar um caminhão. Mas apenas após a perícia a causa do acidente será esclarecida.

O Metrópoles confirmou que o ônibus está em situação regular, possui autorização para fazer transporte escolar e não tem infração de trânsito.

Segundo a Secretaria de Educação, entre as vítimas, 16 sofreram escoriações leves e todos passam bem. De acordo com o órgão, o contrato com a Pollo é válido por 30 meses e foi renovado no final de 2018. “O veículo passou por todas as vistorias exigidas pela legislação, está com a documentação em dia e regular. Tem autorização para rodar dentro do DF e fazer o transporte escolar”, informou a secretaria.

Já a pasta de Saúde informou que 16 pacientes envolvidos no acidente na manhã desta terça (12), na BR-251, deram entrada em três hospitais do DF: um foi levado para o Hospital Regional de Planaltina com pequenas escoriações; nove foram encaminhados para o Hospital da Região Leste (antigo Hospital Paranoá) com lesões leves; e os outros seis pacientes foram transportados para o Instituto Hospital de Base.