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Bando invade sistemas do GDF e órgãos federais e vai às compras com dados de servidores

Quadrilha usava informações para comprar carros, fazer empréstimos e alugar imóveis. PCDF investiga como tiveram acesso aos bancos de dados

atualizado

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Divulgação/PCDF
alicantina
1 de 1 alicantina - Foto: Divulgação/PCDF

A Polícia Civil do DF investiga como um grupo de estelionatários conseguiu invadir bancos de dados de órgãos do GDF e do governo federal e, com base em informações sigilosas, acessar contracheques e documentos de servidores. Não está descartada a participação de terceirizados ou até mesmo de funcionários comissionados ou concursados. A quadrilha alterava senhas, movimentava contas de servidores e fazia empréstimos. De acordo com a PCDF, 14 veículos foram comprados em nome das vítimas

Desde janeiro, mais de 50 servidores procuraram a polícia. Entre as pessoas lesadas, estão funcionários do Tribunal de Contas da União (TCU), Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), Advocacia-Geral da União (AGU), Polícia Militar do DF (PMDF) e Secretaria de Fazenda do DF. Segundo as apurações, o bando teria faturado cerca de R$ 1 milhão com os golpes.

Sete pessoas foram presas nesta terça-feira (24/09/2019). A ação do grupo era tão sofisticada que, durante os golpes, os criminosos mudavam o banco e as contas-correntes dos servidores ainda na fonte de pagamento que consta nos contracheques. Ainda não se sabe, entretanto, como se dava o acesso às informações, que deveriam estar guardadas a sete chaves.

“Com isso, até o salário das vítimas era desviado”, explicou o diretor da Coordenação de Repressão a Fraudes (Corf), delegado Wisllei Salomão. “Com o alto score dos servidores vítimas das fraudes, os estelionatários tinham grande facilidade em adquirir empréstimos pessoais”, explicou o delegado.

Veja como foi a operação, batizada de Alicantina:

Com as prisões temporárias, a polícia espera descobrir como a quadrilha obtinha as senhas. Suspeita-se que pode haver um canal de informação privilegiada, repassada por comparsas de dentro dos órgãos federais. Não se sabe ainda se servidores ou funcionários terceirizados.

De acordo com os investigadores, o bando fabricava documentos falsos em nome das vítimas, como contracheques e comprovantes de residência, e conseguia emitir carteiras de habilitação junto ao Departamento de Trânsito (Detran). Em seguida, os estelionatários cometiam uma série de fraudes.

Foram cumpridos também oito mandados de busca e apreensão. De acordo com as investigações, a organização criminosa fazia transferências de dados dos chips de celular, invadia contas de e-mails e de outros sistemas informáticos, celebrava contratos de locação de imóveis, contratava planos de telefonia móvel, abria contas em bancos, solicitava cartões de crédito, contraía empréstimos pessoais e realizava outras transações financeiras em nomes das vítimas.

Alguns dos suspeitos já tinham passagens pela Corf. A unidade especializada deverá divulgar o nome dos autores e o número de prisões ao final da Operação Alicantina, que quer dizer esperteza.

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