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Escola na Asa Norte é investigada por racismo contra crianças

Corregedoria da Secretaria de Educação apura denúncias de duas mães. Caso foi levado à Polícia Civil

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Centro de ensino infantil 01
1 de 1 Centro de ensino infantil 01 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A Corregedoria da Secretaria de Educação apura a denúncia de duas mães sobre ocorrências de racismo e violência no Centro de Educação Infantil 01 de Brasília, localizado na 611 da Asa Norte. A pasta ouvirá a professora acusada, a direção e as mães das crianças, ambas de 3 anos.

O Metrópoles conversou com as duas mães. Ambas relatam preconceito e perseguição por parte da mesma docente. Uma delas registrou ocorrência na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).

Uma diarista de 30 anos, que pediu para não ter o nome revelado, afirmou que a primeira suspeita de que a filha estava sofrendo racismo na escola ocorreu em casa.

“Ela estava brincando de dar comidinha para as bonecas na sala, separou as brancas da negra, olhou para ela e disse: ‘Come, sua negra’. Perguntei por que ela estava falando daquele jeito, e ela respondeu: ‘A professora faz essa brincadeira com a gente na escola'”, contou a mãe à reportagem.

Segundo a mulher, durante o ano, a menina perguntou diversas vezes: “Mamãe, por que sou dessa cor? Por que meu cabelo é feio?”. “Eu não entendia o que estava acontecendo. Somente depois de vê-la rejeitar a boneca negra que percebi”, relatou. A mãe foi até a escola, conversou com a diretora, com a Regional de Ensino, e o caso foi levado à Corregedoria para apuração.

Machucado no rosto

Outra mãe, de 39 anos, funcionária de uma casa de família, também relatou casos de preconceito racial. “Minha filha falou que a professora me chamou de ‘preta do cabelo ruim’. Tentei explicar para ela nossas origens, como era a vovó, o vovô, mas é ruim”, disse.

Porém, outro caso a levou a registrar ocorrência na delegacia. “Cheguei na escola e minha filha estava com uma ferida no rosto. Ela veio correndo, dizendo que a tia a tinha machucado. A professora colocou outra coisa no bilhete da escola. Quero entender se ela mentiu, o que aconteceu de verdade”, ressaltou. O caso ocorreu no dia 20 de novembro e foi registrado na DPCA em 22 de novembro.

O que diz a Secretaria de Educação

Questionada pelo Metrópoles, a Secretaria de Educação afirmou que a Corregedoria investiga o caso e que ouvirá todas as partes envolvidas. “A direção do CEI 01 repudia qualquer atitude de preconceito, discriminação ou racismo”, ressaltou.

Após ouvir o diretor da escola, a pasta ressaltou que, “de acordo com a direção, a denúncia [de racismo] não procede e a professora mantém uma prática pedagógica exemplar”.

Sobre a ocorrência policial, a direção justificou que a menina machucou o rosto por que “colocou um baldinho de brinquedo na cabeça e, ao retirá-lo, machucou-se. A professora fez o registro fotográfico do episódio”, informou a pasta em nota. Esse episódio também será apurado pela Corregedoria.

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