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Em meio à epidemia de dengue, sindicato denuncia falta de fumacê no DF

No entanto, segundo a Secretaria de Saúde, estoque de veneno durará mais 45 dias, e redução do serviço se deve a período de seca e frio

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Fumacê
1 de 1 Fumacê - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Funcionários da Vigilância Ambiental estão preocupados com a redução do número de ações com o fumacê no Distrito Federal. De acordo com o sindicato, vários motoristas foram instruídos a voltar com os carros para o galpão em Taguatinga, onde é preparado o veneno, porque o estoque do inseticida está acabando. A Secretaria de Saúde, no entanto, relaciona a diminuição da atividade com a chegada do período seco e do frio no DF, quando há menos incidência da doença.

Balanço divulgado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), nessa segunda-feira (08/07/2019), apontou crescimento no número de casos prováveis e mortes registradas em decorrência da dengue. Ao todo, 33 pessoas morreram neste ano após contraírem a doença. Os dados indicam que, de 1º de janeiro a 29 de junho, mais de 34 mil casos suspeitos foram contabilizados.

Mesmo assim, um dos serviços no combate ao mosquito Aedes aegypti foi reduzido. “Recolhi o carro que sou responsável na última sexta-feira (05/07/2019). Nos disseram que não vai ter circulação até segunda ordem, talvez só ano que vem. Para minha região, o inseticida acabou na quinta”, afirmou ao Metrópoles um motorista de “carro fumacê” que pediu para não ser identificado.

O funcionário contou que, em razão da falta do veneno, ele deixou um trabalho incompleto. “Eu deveria fazer três ciclos, mas só fiz um. Agora que acabou, o serviço não vai poder ser terminado”, lamenta.

A reclamação tem fundamento, afirmou o Sindicato dos Agentes de Vigilância Ambiental em Saúde e Agentes Comunitários de Saúde (Sindivacs-DF). O presidente da entidade, Aldemir Domicio Silva, contou que, devido ao baixo estoque, a ordem é usar o inseticida só em casos extremos. “A quantidade que sobrou tem que ser dividida apenas entre locais de vida ou morte. Do jeito que está, só deve durar até o final desta semana”, relata.

Aldemir diz, ainda, que não foi passada nenhuma previsão da chegada de novos venenos e crê que essa redução terá um impacto negativo no combate ao mosquito da dengue. “O tratamento casa a casa, que substituirá o fumacê, não é efetivo. Dessa forma, conseguimos alcançar poucas casas”, explica.

Estoque sob controle

O subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero Martins, garante que não há necessidade para desespero. “Na verdade, o estoque é suficiente para 45 dias. A diminuição que estamos fazendo tem outros motivos, como as condições climáticas e a redução do aparecimento dos mosquitos adultos”, pondera.

Segundo ele, com a vinda do frio, a população de transmissores cai e, por isso, o fumacê deixa de ser necessário. “Não adianta ficar mandando viatura toda hora. Isso vai fazer o efeito contrário: ao invés de matar, vai fortalecer o mosquito.”

A preocupação, afirma Divino, deve acontecer só quando a chuva voltar. “Só vai ter temporal a partir de outubro. A previsão é que o Ministério da Saúde encaminhe o veneno em até 70 dias, o que é um prazo razoável. Mesmo assim, já iniciei um processo para aumentar o estoque normal e criar outro emergencial, para qualquer eventualidade”, diz.

Problemas com o serviço

A possibilidade de acabar o veneno de combate ao mosquito da dengue acontece apenas dois meses depois de o serviço de pulverização de inseticida ter sido suspenso por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT), em 6 de maio. Os carros deixaram de circular após o MPT constatar uma série de irregularidades no local onde o produto era armazenado e processado. Entre os problemas identificados estavam o manuseio de venenos por profissionais não qualificados para a atividade, além do uso de produtos vencidos.

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