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“Caso psiquiátrico”, diz filho de mulher presa ao xingar vizinho no DF

Ela foi acusada de humilhar e ameaçar uma família durante 14 anos em Vicente Pires e acabou presa pela polícia por stalking

atualizado

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Reprodução vídeo
Briga de vizinhos em Vicente Pires
1 de 1 Briga de vizinhos em Vicente Pires - Foto: Reprodução vídeo

A mulher de 55 anos presa em flagrante, na segunda-feira (5/4), por perseguir e xingar os vizinhos foi colocada em liberdade após audiência de custódia realizada nessa terça (6). É o primeiro caso de prisão registrado no Distrito Federal da nova tipificação penal de stalking.

Ela é acusada de humilhar e ameaçar uma família durante 14 anos. Apesar de sair da prisão, a mulher não deve voltar para casa, em Vicente Pires. Segundo a família, ela sofre de problemas psiquiátricos e tem surtos constantemente. Em entrevista ao Metrópoles, o filho e advogado da autuada, Thyego Werner, 35 anos, detalhou que a família tinha conhecimento do problema e imaginava que o caso poderia acabar na polícia.

“Ela tinha um atrito com esses vizinhos. Errou pelo desequilíbrio, mas o motivo é pertinente. Eles construíram a casa encostada no nosso muro. Comprometeu a estrutura da parede e causou uma infiltração na piscina. O problema tinha sido discutido na Justiça. Ganhamos a causa, mas o problema permaneceu”, explicou Thyego.

Segundo ele, a mãe mora na casa com mais dois filhos. “Chegamos a interná-la em uma clínica, mas ela fugiu. Com o passar dos anos, foi perdendo o equilíbrio. Ela pirou”, completou. O filho e advogado também ressaltou que a mãe havia registrado ocorrência contra os vizinhos. “É um problema que se arrasta há mais de 10 anos. Vamos mantê-la longe de lá e tentar a internação em alguma clínica”, finalizou.

Ofensas constantes

Ao procurar a 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires) para registrar ocorrência, o casal, de 47 e 39 anos, explicou que passou a ser perseguido pela autora após a família iniciar a construção da casa. A partir de então, a vizinha ofendeu o proprietário, chamando-o de burro por ter erguido o imóvel daquela maneira.

Os xingamentos e as perturbações tornaram-se constantes, ocasiões em que a suspeita chamava o homem de “viado”, “gigolô”, “vagabundo”, entre outros.

No decorrer dos anos, a mulher passou a subir em uma escada, encostada no muro que divide os imóveis, para xingar o casal e, entre as injúrias proferidas, afirmou que o vizinho era um “preto de alma preta”.

Em outra ocasião, as vítimas acordaram com os xingamentos da mulher e, ao saírem no quintal, verificaram que ela havia jogado diversas coisas dentro da piscina, tais como absorvente, papel higiênico, embalagem de marmita, caixa de sapato, fezes e areia

Prisão

Na tarde de segunda-feira (5/4), o casal voltou a ser incomodado pela mulher, que subiu novamente na escada colocada no muro e passou a dizer que os vizinhos estavam ”roubando” água, chamando-os de ”crentes safados”.

Ao tomarem conhecimento dos fatos, os policiais da 38ª DP foram até o endereço dos envolvidos, em Vicente Pires, e as conduziram para a delegacia. A mulher acabou presa em flagrante pelos crimes de injúria preconceituosa e perseguição (stalking). Somadas, as penas alcançam cinco anos de prisão.

Delegado Heverton Araújo dá mais detalhes sobre o caso. Assista ao vídeo:

Stalking

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sancionou a lei que inclui a tipificação do crime de perseguição física ou on-line, também conhecida como prática de stalking. O ato é definido como a perseguição que interfere na liberdade e na privacidade da vítima.

Tentativas persistentes de aproximações físicas, recolhimento de informações sobre a vítima, envio repetido de mensagens, bilhetes, e-mails, perseguições e aparições nos locais frequentados pela vítima são alguns exemplos que podem ser configurados como crime.

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