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Cartaz de “Procurado” e ameaças: diretor da UnB aciona a PF

Marcos Thadeu Magalhães comunicou à força de segurança sobre ameaças de morte que recebeu após demolir pracinha da Faculdade de Arquitetura

atualizado

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Arquivo pessoal
Cartaz de procurado é fixado na UnB contra diretor da FAU
1 de 1 Cartaz de procurado é fixado na UnB contra diretor da FAU - Foto: Arquivo pessoal

O diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB) denunciou à Polícia Federal as ameaças de morte que tem sofrido após demolir a Pracinha da FAU. Marcos Thadeu Magalhães levou as informações aos agentes por meio de ofício e, no mesmo dia, viu cartazes de “Procurado” contra ele serem afixados nos pilares da instituição de ensino superior.

Na impressão em preto e branco, está uma caricatura do diretor com uma venda de “censurado” nos olhos. Os cartazes dizem que o professor é conhecido por ameaçar alunos, degradar espaços públicos e destruir patrimônio do Centro Acadêmico, entre outras acusações.

A circulação do material reforça a denúncia de ameaças e acirra o clima em diversas esferas. Professores da UnB se manifestaram publicamente a favor da demolição da praça. Segundo eles, o local serve para uso, tráfico de drogas e conversas altas que atrapalhavam o ensino.

O professor Ebnezer Maurílio Nogueira da Silva, também pai de estudantes da UnB, soltou uma nota com questionamentos à instituição. “Há muitos dias, um professor da UnB, que é diretor da FAU, tem sido ameaçado de morte. Apesar das câmaras de filmagem e da vigilância, colaram no ICC cartazes de procurado. Essa é uma situação inédita em termos de ameaça a um profissional da educação e de desmoralização da UnB. Enquanto a Polícia Federal e a Polícia Civil iniciam as investigações, o que a Reitoria e a ADUnB fazem?”, questionou.

O professor da FAU Frederico Flósculo também se pronunciou nas redes sociais. “Trata-se de espaço abandonado por esses estudantes e apropriado pelo tráfico. A polícia sabe bem, há muito e muito tempo, o que se passa nesse Jardim Destruído. Desta vez, o diretor da FAU tomou a decisão correta. É um ponto de tráfico, é um ponto de barulheira dos diabos, e somos professores, precisamos trabalhar”, disse.

Nota do IAB

O Instituto de Arquitetos do Brasil (Departamento do Distrito Federal) tem posição contrária à dos professores e pais de alunos. O IAB manifestou, também em nota, preocupação com as ações na FAU.

“A comunidade acadêmica e todas as pessoas ligadas de alguma forma à história da FAU-UnB receberam com tristeza as notícias sobre a ação de demolição realizada na Pracinha da FAU. Episódio ocorrido durante o Carnaval, antes do início das aulas de forma unilateral”, diz o texto do instituto.

O IAB também questiona relatos de perseguição e intimidação de estudantes no lugar. “Defendemos o amplo espaço de debate e a liberdade de expressão de toda a comunidade acadêmica”, ressalta no documento.

“Aconselhamos a atual diretoria da faculdade a convocar a comunidade acadêmica para uma conversa democrática, aberta e honesta para resolver as questões. Temos certeza que com o debate democrático os desafios serão superados e a Pracinha da FAU se reerguerá”, expõe a nota assinada pela presidente do IAB/DF, Heloisa Melo Moura.

O que diz a UnB

A Universidade de Brasília se manifestou sobre o caso. De acordo com a unidade de ensino, ela não concorda com práticas ilícitas e trabalha para melhorar a segurança do local.

“A Universidade não compactua com nenhum tipo de prática ilícita e tem trabalhado para o aprimoramento de suas estratégias de segurança. Entre as medidas já colocadas em prática, após aprovação do comitê permanente para a gestão da segurança da UnB, está a instalação de 350 câmeras de segurança e a colocação de cadeiras elevadas nos estacionamentos”, diz a nota enviada à reportagem.

Em nota enviada nesta terça, a Administração da Universidade de Brasília disse que foi informada sobre ameaças sofridas pelo diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) nas redes sociais.

“A Reitoria solicitou à direção da FAU informações detalhadas, com as devidas comprovações documentais, sobre o consumo e venda de drogas no interior da faculdade e suas imediações, bem como as medidas adotadas pelas pessoas que presenciaram tais atos ilícitos. O processo também foi encaminhado para a Comissão de Processo Administrativo Disciplinar (Cpad), para apuração de responsabilidades”, afirma a nota.

Sobre a limpeza da área adjacente ao ICC Norte, o documento esclarece que “as ações foram tomadas pela Prefeitura da UnB após pedido da direção da FAU. A Reitoria solicitou ao diretor que encaminhasse as justificativas para o pedido, assim como as atas do Conselho da FAU que subsidiaram as decisões da direção a esse respeito, em cumprimento ao que estabelece o Estatuto e o Regimento Geral da UnB”.

A Administração da UnB acrescentou que “tem trabalhado para o aprimoramento de suas estratégias de segurança. Entre as medidas já colocadas em prática, após aprovação do comitê permanente para a gestão da segurança da UnB, está a instalação de 350 câmeras de segurança e a colocação de cadeiras elevadas nos estacionamentos”.

“Ademais, o campus Darcy Ribeiro é aberto e integrado à Asa Norte. Há um posto da Polícia Militar nas proximidades do ICC Norte (local onde está a FAU). Os agentes realizam rondas regulares e também são acionados pela segurança da Universidade, sempre que há necessidade”, finalizou.

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