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Conto brasiliense ganha 1º lugar em concurso literário no Ceará

Evandro Melo recebeu a honraria ao escrever sobre as belezas e mazelas dos biomas brasileiros em uma reflexão sobre a preservação ambiental

Arquivo Pessoal
Fotografia colorida mostrando homem recebendo prêmio de duas mulheres-Metrópoles
1 de 1 Fotografia colorida mostrando homem recebendo prêmio de duas mulheres-Metrópoles - Foto: Arquivo Pessoal

atualizado

Com a temática voltada à preservação ambiental, o conto do escritor brasiliense Evandro Valentim de Melo, de 60 anos, conquistou o primeiro lugar no concurso literário da Academia Feminina de Letras do Ceará (Afelce). O texto em prosa intitulado “Progresso” traz uma reflexão sobre as belezas e mazelas dos biomas brasileiros sob a ótica do personagem Moacir. 

A premiação ocorreu na última quarta-feira (6/12), no Consulado Café, em Fortaleza. Para Evandro, a honraria tem um carinho especial. 

“Estar no pódio em um concurso literário de caráter nacional, sendo o único do DF entre outros escritores e escritoras, considero bem importante. E receber o prêmio na terra natal de minha esposa, adicionou tempero à conquista.”

Evandro Valentim de Melo, escritor

Sob o mote “a sobrevivência do planeta depende de nós”, a Afelce selecionou 25 textos, entre contos e poesias, de autores oriundos de diversos locais como Ceará, Maranhão, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal.

Evandro garantiu o primeiro lugar na categoria Prosa; e Francisco Gondar na categoria Poesia com o texto “Progresso Controverso”.

Meio ambiente como protagonista

A temática ambiental é algo bastante presente nas obras de Evandro. “Caminhei por essa trilha várias vezes em meus escritos. Sempre que o tema é sobre o meio ambiente, eu me esforço mais”, ressalta. 

Para a obra premiada, Evandro teve como inspiração a degradação dos biomas brasileiros. “Associei essa triste condição à vida do protagonista, que também convive com a escassez.”

De acordo com ele, o texto veio de uma forma muito fluida e foi pensado especialmente para o concurso. 

Com 12 livros publicados, essa é a 148° premiação literária conquistada por Evandro, sendo a 6ª como primeiro lugar. “A minha primeira paixão é a escrita, então sempre estou atento aos concursos literários, até criei um filtro no Google para me avisar dos editais.” 

O interesse pela escrita criativa surgiu a partir de uma percepção no ambiente de trabalho. Servidor público, Evandro conta que os textos comerciais sempre eram elogiados e com esse reconhecimento veio a ideia de escrever obras literárias. O primeiro livro, inclusive, é sobre os “causos de RH”, em que ele relata situações que vivenciou ao longo dos 26 anos de carreira

E não seria de se estranhar que o fascínio pelo tema ambiental também viesse da experiência profissional de Evandro. “Houve um período em que eu trabalhei na área ambiental ao lado de engenheiros florestais, agrônomos, biólogos. E curioso sempre, busquei compreender e entender mais sobre a dimensão da crise climática e isso me trouxe uma oportunidade de chamar a atenção para as gerações futuras por meio da literatura”, pontua. 

E nessa vontade de espalhar conhecimento, Evandro também chegou a participar de ações em escolas públicas com um livro autoral sobre o tema, conscientizando crianças sobre a preservação do meio ambiente. 

“… Nos sonhos, Moacir é um carcará. Do alto avista tesouros incomensuráveis, que, graças à acrítica expansão urbana, não mais existem. As asas emprestadas por Morfeu permitem-lhe superar enormes distâncias. Ao atravessar densa nuvem sobrevoa o Pampa; sente o agradável frescor local, tão díspar de seu torrão natal. Novo bater das potentes asas, e acompanha os tuiuiús do Pantanal. Pelas águas barrentas dos rios, famílias de ariranhas e seus estrondosos gritos. Em ‘rapínico’ mergulho, já se encontra na Mata Atlântica, incrivelmente cheia de vida. Em nada se parece com o resquício hodierno do mais destruído bioma brasileiro. Daqui a pouco, as árvores tortas e um lobo-guará transmitem-lhe mensagem a informá-lo de que se encontra no Cerrado. Quão grande ainda é, diferentemente das extensas áreas cobertas por soja e milho a destruir a rica biodiversidade e os essenciais berços d’água… De repente, precisa se desviar de enormes angelins-vermelhos, que lhe dão boas-vindas por sobrevoar a maior floresta tropical do Planeta Azul. Os sons que de lá emanam são indescritíveis, tudo é grandioso. Quanto verde!…”

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Fragmento do conto Progresso, 1º colocado no Prêmio Afelce 2023.
Tema do concurso: a sobrevivência do Planeta depende de nós.

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