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Ao MP, Caixa disse não saber de casos de assédio de vice-presidente

Em gravação, o então presidente do banco, Pedro Guimarães, afirma que segurava o executivo no cargo mesmo sabendo de seu passado

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Raimundo Sampaio/ESP. METRÓPOLES
A previsão inicial era que o auxílio fosse pago por três meses, mas a lei deu a possibilidade de prorrogação do benefício.
1 de 1 A previsão inicial era que o auxílio fosse pago por três meses, mas a lei deu a possibilidade de prorrogação do benefício. - Foto: Raimundo Sampaio/ESP. METRÓPOLES

Menos de três meses antes de Pedro Guimarães ser gravado em uma reunião dentro da Caixa dizendo que “segurava” na alta cúpula do banco um vice-presidente que havia sido demitido do emprego anterior por assédio contra mulheres, o banco afirmou oficialmente ao Ministério Público do Trabalho que desconhecia as suspeitas contra o executivo.

Como a coluna noticiou nesta segunda-feira, em uma reunião com funcionários no início deste ano, em Brasília, Guimarães confessou ter conhecimento de que Messias dos Santos Esteves, então vice-presidente de Risco do banco, fora demitido do Itaú por assédio.

“Vê, tem o Messias ali, vou conversar depois, e vocês dois sabem… Por que que ele foi demitido? Por assédio. Ele foi demitido do Itaú por assédio. Assediou dez pessoas, dez mulheres. Tá aí. Tá aí a explicação. Tanto não é verdade que isso é uma coisa natural que se f. todo, e eu que seguro”, disse ele (ouça aqui).

Enquanto nos bastidores Pedro Guimarães admitia saber dos casos em que o subordinado estaria envolvido — os mesmos que ele ignorava, a ponto de dizer que segurava Esteves no cargo –, formalmente a Caixa dizia não saber de nada.

Chamado a se manifestar em um procedimento aberto pela Procuradoria Regional do Trabalho da 10ª Região, o banco afirmou que o então vice-presidente de Risco foi escolhido para o cargo pela gestão de Guimarães de maneira criteriosa e em conformidade com as normas internas.

Ao procurador Carlos Eduardo Brisolla, Tatiana Ribeiro, uma das superintendentes nacionais da Caixa, afirmou em novembro de 2021 que Esteves passou primeiro pelo crivo de uma empresa terceirizada e, depois, pelas instâncias do próprio banco, sem que tivesse sido verificado qualquer fato desabonador acerca de sua trajetória profissional.

A afirmação da superintendente, responsável pela gestão de carreiras no banco, se choca com o que diz o próprio Guimarães na gravação.

O Ministério Público do Trabalho havia aberto um procedimento para averiguar a nomeação após associações representativas dos funcionários da Caixa reclamarem do histórico de Esteves — àquela altura, as entidades já afirmavam que ele havia sido acusado de assédio no Itaú.

À coluna, o advogado de Pedro Guimarães, José Luis de Oliveira Lima, afirmou que a contratação de Messias Esteves “se deu dentro de rigoroso processo de governança”. Esteves não se pronunciou. Também procurado, o Itaú não se manifestou. Sob reserva, dirigentes da Caixa disseram que os casos envolvendo o executivo eram de “conhecimento do mercado” há tempos e que ele foi contratado na Caixa mesmo assim porque Guimarães chancelou seu nome.

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