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MPF acusa matadores de Marighella. Não haveria MPF livre sob Marighella

Procurador denuncia assassinos do comunista Marighella. A beleza da democracia capitalista é esta: procuradores e juízes livres

atualizado

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Carlos Marighella, líder comunista — Metrópoles
1 de 1 Carlos Marighella, líder comunista — Metrópoles - Foto: Divulgação

O jornalista Marcelo Godoy teve acesso à denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra quatro policiais e um médico-legista envolvidos na morte de Carlos Marighella.

Ele foi morto em uma emboscada na Alameda Casa Branca, em São Paulo, em 4 de novembro de 1969. Entrou em um Fusca acreditando que encontraria dois frades dominicanos que eram seus amigos e foi assasinado a tiros. Os frades serviram de isca depois de serem capturados e torturados pela repressão.

De acordo com o procurador da República Andrey Borges de Mendonça, que assina a denúncia, “o homicídio de Marighella foi cometido por motivo torpe, consistente na busca pela preservação do poder usurpado em 1964 mediante violência e uso do aparato estatal para reprimir e eliminar opositores do regime e garantir a impunidade de homicídios, torturas, sequestros e ocultação de cadáveres”.

Líder da Aliança Libertadora Nacional, uma das organizações comunistas em atividade durante a ditadura militar, Carlos Marighella virou herói romântico da esquerda brasileira. Tem até filme que o homenageia.

Carlos Marighella era da pesada. Ele escreveu o Minimanual do Guerrilheiro Urbano. Em um dos capítulos do livro, defende o uso de atos terroristas, como atentados, assassinatos e sequestros, contra o regime militar. O próprio autor usa a palavra terrorismo.

Os defensores dos cinco envolvidos na morte invocam a Lei de Anistia, “ampla, geral e irrestrita” a quem cometeu crimes políticos de ambos os lados, para tentar livrar os clientes da denúncia.

Vamos ver no que vai dar. Não importa o resultado final, uma das belezas da democracia capitalista  é esta: existe um Ministério Público independente para investigar e denunciar, e há uma Justiça livre para julgar de acordo com leis aprovadas por deputados e senadores eleitos pelo povo.

Na ditadura militar, não era assim. E não seria assim também se Carlos Marighella tivesse conseguido impor um regime comunista no Brasil. Ele não poderia ter sido assassinado, mas estava longe de ser esse mocinho pintado pela esquerda. Não havia democratas nessa história.

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