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Escolas cívico-militares: a esquerda que se opõe deveria escutar pobre

Quem gosta de pobre precisa escuta pobre sobre as escolas cívico-militares. Pobre não gosta de escola onde aluno e professor apanham

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Michael Melo/Metrópoles
imagem colorida mostra militar entre crianças em escola do DF - Metrópoles
1 de 1 imagem colorida mostra militar entre crianças em escola do DF - Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O debate sobre as escolas cívico-militares que o governador Tarcísio de Freitas está reimplantando em São Paulo mostra como a esquerda não ouve pobre.

No modelo a ser implantado, policiais militares aposentados e desarmados, depois de selecionados em concurso, passarão ser monitores das escolas que aderirem ao programa. A prioridade será dada para escolas com baixo rendimento acadêmico e vulnerabilidade social.

A autonomia curricular das escolas cívico-militares será a mesma das outras escolas. Os monitores não meterão o bedelho na administração e no que é ensinado em sala de aula. Eles serão responsáveis por atividades extracurriculares e ajudarão na manutenção da disciplina e no estabelecimento de uma convivência pacífica.

Lula extinguiu as escolas cívico-militares surgidas durante o governo de Jair Bolsonaro. Por quê? Porque, para a esquerda, qualquer iniciativa que conte com militares só pode ser ruim. Porque a educação é feudo da esquerda, é onde ela arregimenta a sua massa de manobra. Porque há a falsa ideia de se quer transformar as crianças e jovens em soldadinhos de chumbo (falsa ideia que o ex-presidente ajudou a difundir, metendo outra vez os pés pelas mãos).

Ideologia, qualquer uma, tem muito pouco a ver com realidade. E a realidade em boa parte das escolas públicas brasileiras é terrível. Ela está expressa em números.

De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, entre janeiro e setembro de 2023, houve um aumento de 143% nos diversos tipos de violência que ocorrem no ambiente escolar, a maioria delas contra professores. Foram mais de 50 mil violações. Estamos falando apenas dos casos notificados e apurados. Ou seja, da ponta do iceberg. 

Multiplicam-se as histórias de alunos que agridem verbal e fisicamente professores, de estudantes ameaçados por colegas facinorosos e de depredações de instalações.  Está se reproduzindo nas escolas o que há de pior na sociedade. Os diretores e professores não conseguem conter sozinhos os delinquentes que não têm quem os controle fora, seja por viverem em antros de criminalidade, seja por não contarem com família minimamente estruturada.

Escola cívico-militar não é para resolver os problemas de fundo da educação brasileira. É para tentar dar conta de uma emergência do dia-a-dia.

As organizações não-governamentais voltadas para a educação dizem que o modelo não funciona. Aconselho que elas escutem quem viveu a experiência das escolas cívico-militares extintas pelo governo Lula.

Quem gosta de pobre precisa escutar pobre. Assim como rico, pobre também não gosta de escola onde aluno bate e apanha e professor não bate, mas apanha.

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