metropoles.com

CNJ suspende normas de visitas a presos no DF, e juíza responde

Corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão suspendeu artigos que restringiriam atuação de órgãos contra a tortura

atualizado

Compartilhar notícia

Igo Estrela/Metrópoles
Complexo Penitenciário da Papuda. Brasília(DF), 23/03/2019
1 de 1 Complexo Penitenciário da Papuda. Brasília(DF), 23/03/2019 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A Corregedoria Nacional de Justiça, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), suspendeu nove artigos da portaria da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal (VEP-DF) que trata da visita a presos na capital da República.

O corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, suspendeu, de forma cautelar, os artigos 26, 27, 28, 29, 30, 31, 36, 37 e 38 da Portaria nº 8/2016. Na avaliação dele, as normas restringem a atuação de organizações de combate à tortura em unidades prisionais.

O artigo 26, por exemplo, autoriza integrantes de entidades de proteção aos direitos humanos e o combate à tortura a ingressar nos estabelecimentos prisionais do DF, desde que o presidente da instituição, ou alguém nomeado por ele, esteja presente. A norma exige que haja previsão, na lei de criação do órgão, de prerrogativa para esses representantes realizarem a atividade.

Outro dispositivo suspenso determina que o registro de imagens da estrutura arquitetônica do estabelecimento prisional dependerá de autorização prévia da VEP-DF, após manifestação do Ministério Público e da Secretaria de Administração Penitenciária (Seape). A exceção é para casos em que houver motivo urgente e devidamente comprovado.

A decisão do CNJ, do último dia 20 de abril, considerou o relatório do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF-CNJ), produzido ao longo de 2022, que apontou “uma série de circunstâncias e situações irregulares envolvendo o sistema prisional do Distrito Federal”.

O CNJ deu 15 dias para que a VEP-DF, a Presidência e a Corregedoria do TJDFT prestem informações.

Em nota de esclarecimento, a juíza titular da VEP-DF, Leila Cury, afirmou que soube da decisão por meio de um aplicativo de mensagem.

Leila acrescentou que a portaria está vigente há quase sete anos e foi objeto de ações judiciais e reclamações correicionais, inclusive no CNJ, mas, em todos os casos, “reconheceu-se sua legitimidade e higidez”.

“O juízo da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal atua balizado pela legalidade, sempre comprometido com as orientações advindas do TJDFT e do próprio CNJ de garantir os direitos do cidadão e a paz social por meio da solução célere, transparente e ética dos conflitos”, enfatizou.

Leila afirmou que “a VEP-DF, os demais órgãos de execução penal, as autoridades e as Comissões com prerrogativas legais inspecionam e visitam regularmente o sistema prisional do Distrito Federal”. “Reclamações e denúncias são, sem exceção, apuradas em observância ao devido processo legal”, pontuou.

O texto destacou que a magistrada “vem desenvolvendo trabalho íntegro ao longo de 26 anos de carreira, sempre pautada no ordenamento jurídico pátrio e no direito convencional” e “aguarda com serenidade e resiliência a intimação oficial para apresentar as evidências e as informações necessárias ao pleno conhecimento do assunto”.

Associação

Nesta segunda-feira (24/4), a Associação dos Magistrados do Distrito Federal (Amagis-DF) divulgou nota em apoio a Leila Cury. “A instauração de pedido de providências pela Corregedoria Nacional do CNJ constitui-se em procedimento regimental que, certamente, demonstrará a correção da magistrada na condução da unidade judiciária da qual é titular.”

“A Amagis-DF reitera seu total apoio à magistrada e reforça confiança em sua atuação diligente, embasada, sobretudo, na Constituição Federal e no ordenamento legal brasileiro”, completou a associação.

Confira a nota da Amagis-DF na íntegra:

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por Associação dos Magistrados DF (@amagis.df)

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?