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Amigos de subsecretário do DF preso criam vaquinha para pagar advogado

Ex-ministro da Saúde e ex-secretários de Vigilância em Saúde manifestaram apoio ao médico epidemiologista Eduardo Hage

atualizado

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Paulo H Carvalho/Agência Brasília
Eduardo Hage Infectologista da SES-DF
1 de 1 Eduardo Hage Infectologista da SES-DF - Foto: Paulo H Carvalho/Agência Brasília

Amigos do subsecretário afastado de Vigilância à Saúde, da Secretaria de Saúde do DF, Eduardo Hage (foto em destaque), criaram uma vaquinha virtual para arrecadar dinheiro e pagar a defesa do epidemiologista, preso preventivamente na manhã desta terça-feira (25/8). Até as 18h45, R$ 12.325 foram doados.

Hage foi detido no âmbito da Operação Falso Negativo, que apura supostas irregularidades na compra de testes para detecção da Covid-19. Outros seis gestores da Secretaria de Saúde foram presos, incluindo o então secretário, Francisco Araújo. O Governo do Distrito Federal (GDF) afastou todos.

Um dos apoiadores de Hage é o ex-secretário nacional de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira. Ele disse à coluna Grande Angular que é amigo de longa data do ex-subsecretário detido. “Todos gostam muito do Eduardo. Ele é uma pessoa séria e íntegra. Tenho certeza que ele vai conseguir explicar”, pontuou.

Wanderson, que ocupou o cargo na gestão de Luiz Henrique Mandetta, afirmou desconhecer o processo judicial que levou à operação, mas, pelo que soube a partir da imprensa, acredita que Hage terá condições de esclarecer os atos e provar a inocência.

“Acho que não havia motivo para uma prisão dessa maneira, pois não tem risco dele fugir, ele estava prestando todas as informações e tem endereço fixo”, assinalou.

Ex-ministro da Saúde do governo de Lula (PT), Agenor Álvares contou à coluna que trabalhou com Eduardo Hage no Ministério da Saúde e na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“A vaquinha foi feita por colegas e amigos aqui da Universidade de Brasília porque ele não tem a menor condição de pagar um advogado. Eu, particularmente, considero um absurdo a prisão do Eduardo pela responsabilidade técnica que ele tem na condução das questões da saúde pública, onde quer que ele esteja”, frisou.

Entidades

A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Associação Rede Unida (Rede Unida), Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares (RNMMP) e a Sociedade Brasileira de Bioética (SBB) divulgaram uma nota na qual manifestam “total solidariedade ao colega e amigo Eduardo Hage”.

“Médico epidemiologista com larga experiência no controle de doenças transmissíveis, profissional de saúde de reconhecida competência nacional e internacional, seja na atuação nos serviços de saúde, seja no meio acadêmico, e que sempre pautou sua vida profissional pela ética e compromisso com o SUS”, diz o texto sobre o subsecretário de Vigilância em Saúde do DF afastado.

“Com mais de 30 anos de vida profissional dedicada ao serviço público, atuando em funções técnicas e de gestão, Eduardo Hage ocupou funções estratégicas na implementação da Vigilância em Saúde em nosso país, tornando-se referência na efetivação do SUS tal como inserido na Constituição Federal: inclusivo, democrático e efetivo”, assinalou.

Por meio da nota, as entidades ainda pediram “transparência e imediato esclarecimento sobre as razões dessa medida extrema” e ressaltaram “a importância da presunção de inocência”. “Numa nova demonstração de interesses na propagação de acusações e conclusões precipitadas, não podemos permitir que essas ações atinjam a honra de pessoas comprometidas com o país”, frisou.

Docente da Universidade de Brasília (UnB) e da Fiocruz, o médico Gerson Penna afirmou à coluna que endossa a nota das associações. Penna, que também é ex-secretário Nacional de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, classificou Hage como um servidor público de carreira, probo e que não é rico.

“Nos assustou demais essa prisão pelo histórico de serviços que ele prestou. Imediatamente, os colegas abriram um grupo de apoio para ele”, declarou.

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Outro lado

Em nota assinada pelo advogado Marcelo de Moura Souza, a defesa de Eduardo Hage afirma que, agora, após retirado o sigilo do processo, o teor das acusações será conhecido e o sanitarista poderá provar sua inocência, bem como revogar a prisão preventiva. “O que Eduardo Hage Carmo quer saber é do que está sendo acusado, para que possa prestar todos os esclarecimentos necessários e ver cessada a prisão preventiva, medida da qual foi vítima e que a considera absurda”, disse o defensor.

Confira a íntegra:

“Somente no fim da tarde de hoje (25/08/2020), foi levantado o sigilo do inquérito judicial e liberado o acesso dos advogados aos autos da segunda fase da operação chamada de Falso Negativo, do MPDFT, deflagrada na manhã desta terça-feira.

A partir de agora, poderei tomar as devidas providências, como representante legal do médico sanitarista Eduardo Hage Carmo, até então, subsecretário de Vigilância à Saúde, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF).

O que Eduardo Hage Carmo quer saber é do que está sendo acusado, para que possa prestar todos os esclarecimentos necessários e ver cessada a prisão preventiva, medida da qual foi vítima e que a considera absurda.

Por fim, Eduardo se declara inocente em relação às acusações imputadas a ele e acredita que toda a situação desta investigação vai ser esclarecida com brevidade.

Advogado MARCELO DE MOURA SOUZA (OAB 12529-DF),
representante do médico sanitarista Eduardo Hage Carmo”

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