O desabafo do colunista Gabriel Vaquer, do site Notícias da TV, em seu perfil no Twitter (@bielvaquer), agitou as redes sociais na noite desta sexta-feira (10/12). Ele reclama de preconceito e homofobia de um famoso narrador da televisão brasileira, mas não citou o nome.

“Eu estava pronto para ir dormir. Tenho que trabalhar cedo. Mas recebi umas das coisas mais tristes e deploráveis que ouvi na minha vida. Me tirou o sono, me tirou tirou qualquer sentimento bom que eu tinha nesta noite.

Um narrador conhecido falou para um grande amigo meu sobre mim e meu trabalho. Ele destilou preconceito, me chamou de “paraíba frustrado”, “merdinha fofoqueiro” e “um bosta que só gosta de foder com a vida dos outros”. “Se morresse, ninguém sentia falta de um merda desse”, falou

O grande problema é que ele falou logo para um grande amigo meu, que me passou. Eu queria muito falar quem é esse cara. Mas queria demais. Ele merecia essa exposição. Mas já entrei em contato com quem manda nele. Acho que isto não é um comportamento de qualquer pessoa.

Eu trabalho desde os 15 anos. Tenho muito orgulho do que eu faço. Eu erro como qualquer outra pessoa. Mas eu sou um ser humano. Não é a primeira vez que recebo ataque assim. Quase todo dia me chamam de “gordo” e de “fofoqueiro de merda” aqui.

Eu sou nordestino com muito orgulho, senhor narrador. Não sou da Paraíba, mas adoraria ser. Sou de Sergipe. Aracaju. Moro aqui porque quero. Porque amo minha casa. Porque o amor da minha vida está aqui. Porque minha família inteira está aqui. É aqui que escolhi para viver.

Em 2017, eu quase morri morando em SP. Quem me conhece sabe dessa história. Naquele dia, fui salvo e minha família e poucos amigos me acolheram. Desde aquele dia, tenho certeza que tenho muita gente aqui que gosta de mim nesse mundo e escolhi ficar até quando Deus quiser.

Eu sinceramente não sei o que eu fiz para este homem. Ele lerá isso aqui. Mas espero que você este homem evolua. Isso não se fala para qualquer pessoa. Nem para seu pior inimigo.

Enfim, estou triste, desolado e tentando entender o que fiz de errado. Eu só faço o meu trabalho. Não sabia que fazer o que sou pago para fazer e falar de mídia esportiva me faria ter que atuar xenofobia e preconceito. Todo dia tem isso. Não aguento mais.

E não é só de narrador famoso. É de gente assim. Gente que se esconde na porra de um fake e xinga só porque quer xingar. Tô exausto de lidar com isso sem ter feito nada. Eu só faço meu trabalho, cara. Só isso. Um nordestino não pode se destacar, é isso?

Enfim, me desculpem o desabafo. Tô realmente exausto e cansado. Tô chorando sem parar faz uns trinta minutos, desde que li o que este cidadão disse de mim. Se eu ofendi alguém com algo que fiz, me desculpem. É isso. Boa noite..”

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