metropoles.com

Baterista ensina garotas a amar o instrumento e banir preconceito

Nathália Reinehr encantou-se com a bateria aos 12 anos, Hoje, aos 32, ensina garotas a dominar o instrumento ainda tido como masculino

atualizado

Compartilhar notícia

4 – HHG 21
1 de 1 4 – HHG 21 - Foto: null

Quem disse que garotas não querem ser bateristas? Nathalia Reinehr desmente esse preconceito diariamente. Desde março, ao lado de Ariadne Valhalla, ajuda a comandar uma oficina só para meninas no DF. Ela se enche de felicidade com o interesse imediato. Sabe do que passou quando era pré-adolescente, de 12 anos, e ouviu um barulhão esquisito vindo do quarto.

Corri e passei por um agrupamento de pessoas. Estava lá meu pai, tocando um instrumento que nunca tinha visto ao vivo. Apaixonei-me na hora.

Nathália Reinehr
0

O que era para ser um churrasco de família, transformou-se num encontro de vida. A menina não desgrudou mais das baquetas. Passou seis meses com a bateria do primo emprestada. Depois, ganhou uma para treinar. Jogou-se num aprendizado constante. O pai, um talentoso autodidata, a ensinou a tirar tudo de ouvindo.

Ouvia os sons e reproduzia. A coisa foi ficando séria. Corria para a casa do meu pai e treinava

Nathália Reinehr

Nathália não estava para brincadeira. Mostrou a todos que nasceu para a bateria. O que vinha a seguir eram outros desafios. Dominar a técnica e vencer o preconceito.

A bateria é vista como um instrumento masculino. Vi que isso não faz o menor sentido. Não é uma luta. É um exercício que mexe com resistência, raciocínio e coordenação motora. Isso a mulher tira de letra.

Nathalia Reinehr

Quando Nathalia começou a tocar, não tinham muitas mulheres em exercício. Tempos depois, conheceu Vera Figueiredo, uma referência. Passou a encarar os shows. Nas coxias, entendeu qual era a sua luta.

Certa vez, fui impedida por um segurança de subir no palco porque ele não acreditava que eu era a baterista do show. Foi checar a ficha técnica.

Nathália Reinehr

Nathália se acostumou a ouvir comparações do tipo: “Nossa, você toca como um homem”. Sobretudo, porque toca heavy metal e afins. Esse exercício foi a base para se tornar uma militante pela divulgação e pelo estímulo ao ensino para mulheres. As oficinas de bateria para garotas foram idealizadas por Julie Souza e se multiplicam pelo país.

As oficinas são gratuitas e estamos chegando às cidades do DF. As garotas saem de lá tocando e cheias de vontade de seguir os estudos.

Nathália Reinehr
Banda de L O Musical

Nathália sabe que quanto mais mulheres seguirem na atividade, menor será a resistência. Atualmente, ela integra a banda feminina que corre as unidades do CCBB com “L, O Musical”. Sabe que os sonhos são possíveis.

 

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?