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Varejista on-line Shein se desculpa após vender pingente com suástica

A comerciante de fast fashion apostou no produto pelo significado budista, mas recebeu críticas devido à associação do símbolo ao nazismo

atualizado

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Shein/Reprodução
Pingentes da Shein apontados como apropriação cultural
1 de 1 Pingentes da Shein apontados como apropriação cultural - Foto: Shein/Reprodução

Consumidores criticaram a varejista on-line Shein por vender um pingente com a forma da suástica. Para o budismo e o hinduísmo, o símbolo milenar é ligado a valores como espiritualidade e boa sorte. Porém, o que incomodou os clientes foi a associação mais famosa do emblema: o Partido Nazista. Após retirar o produto do catálogo, a empresa se desculpou pelo mal-entendido e prometeu mudanças na estrutura interna para evitar situações parecidas.

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Giphy/Reprodução

A polêmica da suástica

O pingente foi disponibilizado na última quinta-feira (9/7) no site da Shein, varejista eletrônica especializada no ramo de fast fashion, com sede na China. A bijuteria dourada entrou para o catálogo na categoria de joias, por US$ 2,50, com a descrição Metal Swastika Pendant Necklace (Colar com pingente de suástica de metal, em tradução livre), e foi criticada por consumidores e internautas.

Ao site Business Insider, um porta-voz da empresa justificou que a ideia do pingente era remeter ao budismo. Explicou também que a direção espelhada no design do símbolo, virado para a esquerda, torna-o diferente do utilizado pelos nazistas. Porém, o ocidente associa a suástica ao movimento de extrema-direita, à Segunda Guerra Mundial e ao ditador Adolf Hitler.

A Shein, então, optou por remover o produto do catálogo, para evitar qualquer tipo de ofensa aos consumidores. Segundo o Business Insider, a princípio, a peça apareceu apenas como “esgotada”. Na última sexta-feira (10/7), a varejista publicou, nas redes sociais, pedido de desculpa pelo “erro gigantesco”.

Segundo o comunicado, a empresa deixou de disponibilizar o produto tão logo o equívoco foi percebido. O texto, que rendeu um post de seis imagens no Instagram, reafirma as palavras do porta-voz, ao alegar que o budismo usa a suástica para trazer boa sorte há mais de mil anos. De qualquer forma, reiterou que o símbolo não deixa de ter uma conotação negativa para grande parte do mundo.

Pingente da Shein com formato de suástica
Este pingente em forma de suástica virada à esquerda rendeu críticas para a varejista virtual Shein, que colocou o produto à venda na última quinta-feira (9/7). Segundo a empresa, a intenção foi fazer uma referência às virtudes que o símbolo significa para o budismo

 

Pingente da Shein com formato de suástica
Ao se retratar, a empresa informou que removeu a peça do catálogo assim que percebeu o equívoco. O Business Insider afirma que, a princípio, ela aparecia como “esgotada”. Nesta captura de tela, compartilhada por internautas, a palavra “suástica” não aparece

 

Pedido de desculpa da varejista Shein
“Desculpe, te decepcionamos”, diz um trecho do pedido de desculpa divulgado pela Shein nas redes sociais

 

Peças de roupa da Shein
A Shein tem sede na China e é especializada em fast fashion

 

Peças de roupa da Shein
A marca justificou que a suástica é usada no budismo, há mais de mil anos, para trazer boa sorte . Porém, não deixa de ter um significado negativo para grande parte do mundo, pois remete ao nazismo

 

Mudanças internas após controvérsias

Como boa parte das marcas que passaram por alguma situação parecida, a Shein informou que está fazendo mudanças internas para garantir que esse tipo de erro não ocorra mais. “Recentemente, estabelecemos um comitê para revisar os produtos antes de serem vendidos e prometemos trabalhar ainda mais nos próximos dias para melhorar nosso processo de seleção de produtos”, comunicou.

A varejista também deixará de vender itens religiosos, categoria que rendeu outra polêmica recentemente. Na semana passada, a loja virtual havia sido criticada por vender tapetes de oração do islamismo, estampados com símbolos da religião, como se fossem adereços de decoração.

Na ocasião, a empresa também pediu desculpa. “Como marca global, juramos fazer um trabalho muito melhor educando-nos sobre diferentes culturas, religiões e tradições para garantir que nossa comunidade diversificada seja respeitada e honrada”, declarou.

Tapetes da Shein com elementos do islamismo
A Shein também foi criticada recentemente por comercializar tapetes com elementos do islamismo como se fossem itens de decoração

 

Tapetes da Shein com elementos do islamismo
A ativista e Instagrammer Khadija Rizvi foi uma das internautas que chamaram atenção da empresa. “Eles estão roubando, renomeando nossa santa oração e se aproveitando dela”, reclamou

 

Pingentes da Shein apontados como apropriação cultural
Ela também apontou outros itens como apropriação cultural, a exemplo de um colar que simbolizaria Alá

 

Vestidos da Shein apontados como apropriação cultural
No pedido de desculpa mais recente, por causa da suástica, a empresa afirmou que não venderá mais produtos religiosos

 

Outro caso

Recentemente, a Walmart Canadá foi criticada por comercializar camisetas com a frase All Lives Matter. O caso, no entanto, foi diferente. O site da Walmart apenas serviu de plataforma para vendedores terceiros, embora exista toda uma revisão antes dos itens serem disponibilizados. Já no caso da Shein, a própria empresa é responsável pelas mercadorias, inclusive pela curadoria.


Colaborou Hebert Madeira

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