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Os destaques do desfile e do baile de máscaras surrealista da Dior

Sob direção de Maria Grazia Chiuri, o evento foi um tributo à artista ítalo-argentina Leonor Fini

atualizado

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Pascal Le Segretain/Getty Images)
Christian Dior : Runway – Paris Fashion Week – Haute Couture Spring Summer 2018
1 de 1 Christian Dior : Runway – Paris Fashion Week – Haute Couture Spring Summer 2018 - Foto: Pascal Le Segretain/Getty Images)

Em época de Carnaval, a grife francesa Christian Dior apresentou uma coleção recheada de máscaras, surrealismo e referências aos contos de fadas. Além disso, a paleta de cores monocromática e minimalista torna possível investir nos looks inusitados.

Na segunda-feira (22/1), em Paris, o desfile que abriu a temporada da Alta Costura Primavera Verão 2018 desembarcou na passarela do Museu Rodin – spot tradicional da marca –, em um cenário que remetia a um quadro de Salvador Dalí. Desde sua estreia como diretora criativa da marca, há um ano e meio, a estilista Maria Grazia Chiuri é reconhecida pelo ativismo feminista e, para suas coleções, inspira-se em mulheres fortes, de diversas idades e nacionalidades.

A heroína da vez é a artista surrealista ítalo-argentina Leonor Fini. Amiga pessoal de Chiuri, Fini chamou atenção da estilista pela extravagância de suas roupas e o exagero dos acessórios, que esbanjavam personalidade, força e criatividade.

 

Fini começou a carreira como pintora em Paris, antes da Primeira Guerra Mundial. Na época, todos os grandes artistas eram homens, como Salvador Dalí, Giorgio de Chirico e Picasso. No final dos anos 1930, ela fez sua primeira exposição na capital francesa, sob direção do próprio Christian Dior – que trabalhava, à época, com Robert Piguet.

Considerada uma it girl do seu tempo, Fini chamava atenção por seus looks nada convencionais e um tanto extravagantes. Certa vez, em uma badalada festa da alta sociedade, usou apenas um par de botas sob uma capa com plumas. Chiuri, é claro, fez uma releitura dessa produção para a passarela, não apenas com sua versão do manto: o vestido usado pela modelo também recebeu aplicações e adornos.

Getty Images

 

Além da inspiração nos looks da artista, Chiuri usou e abusou da arte fantástica de Fini para estampar casacos e vestidos. Os tons das mais de 70 criações eram predominantemente preto e branco, fazendo uma alusão ao movimento surrealista, segundo o qual essas seriam as cores de nosso subconsciente, especialmente quando sonhamos.

Getty Images

 

As estampas incluíam formas quadriculadas ou em espiral com perspectiva, causando quase uma tontura psicodélica nos espectadores. A sensação era de que o desfile nos levava direto a um clássico da Disney, Alice no País das Maravilhas.

Instagram/Reprodução

Pascal Le Segretain/Getty Images
Vem comigo descobrir os destaques do desfile que uniu moda, feminismo e arte.

1. O cenário da passarela da Christian Dior foi surrealista. Uma viagem e tanto. Para se ter uma noção, o piso – assim como grande parte das roupas – era um tabuleiro de xadrez em preto e branco. A decoração lembrava uma versão moderna da arte extravagante, porém harmônica, de Salvador Dalí. No teto espelhado, estavam penduradas representações de orelhas, olhos e narizes enormes. Grandes gaiolas abertas simbolizavam o voo da liberdade de uma época em que sonhos e o inconsciente dos artistas falavam mais alto.

 

2. As gaiolas do cenário também estavam presentes na construção das peças. Saias estruturadas, vestidos acinturados e tops em gola alta remetiam à vibe surrealista – que, aliás, muito me lembrou a coleção primavera/verão 2018 do estilista Philipp Plein.

Instagram/Reprodução/Vogue
3. A pegada é clean, chique e sexy, com um toque delirante. Observei as cinturas extremamente marcadas, a elegância nas calças cigarette, além da sensualidade nos looks com corseletes. Detalhes em prata ou dourado aparecem pontualmente. Transparência, quadriculado e poá, assim como as plumas, permanecem em alta.

 Le Segretain/Getty Images
4. A beleza da Dior ficou por conta do maquiador Peter Philips, que produziu toda a concepção da maquiagem com maestria. O olho marcado, em uma referência à mais icônica modelo dos anos 1960, Twiggy, parecia mesmo uma obra de arte.

Maria Grazia Chiuri havia alertado o especialista em beleza para que ele retratasse uma mulher elegante, mas, ao mesmo tempo, carismática e ousada. Por esse motivo, certamente, Peter optou por um olhar mais sombrio e cinzelado. O delineado com pequenos traços, lembrando cílios, trouxe ainda mais expressão às faces das modelos.

DELPHINE ACHARD/WWD/REPRODUÇÃO
“O foco de hoje está nos olhos, com cílios soltos aplicados com o delineador da marca. Ao colocá-los, desenhei duas linhas horizontais para criar a ilusão de cílios falsos”, disse Phillips, que apresentou uma pele iluminada e lábios na cor pink.

O olhar ficou ainda mais marcante quando complementado por algumas máscaras usadas por várias modelos. As peças foram projetadas pelo renomado designer Stephen Jones. O clima carnavalesco glamouroso já entrava em sintonia com o baile da grife, que aconteceria mais tarde, naquele mesmo dia.

Getty Images

Além das máscaras, véus cobrindo todo o rosto e ornamentos faciais também estiveram presentes na passarela. Jones se inspirou na excêntrica socialite Peggy Guggenheim, que incluiu Fini na sua mostra Exhibition of 31 Women Artists, realizada em 1943.

 Vincent Lappartient/ Instagram/Reprodução/Vogue

Para finalizar a produção, Phillips adicionou intrigantes tatuagens temporárias nas mãos, ombros e saboneteiras das modelos. Palavras como “Clef”, “Liberté”, “L’Art” e “Miroir”, além de citações escolhidas por Maria Grazia Chiuri, também se destacaram no desfile surrealista.

Getty Images

5. A coleção contou, também, com uma variedade de peças em tule e organza, remetendo a princesas de contos de fadas. Vestidos longos e volumosos eram incrementados por delicadas aplicações e lantejoulas.

Instagram/Reprodução/Vogue


6. 
Por fim, para celebrar o sucesso da coleção, a Dior preparou um baile de máscaras igualmente surrealista no mesmo local do desfile, oito horas mais tarde. O caminho para o evento foi iluminado com velas, a fachada do Museu Rodin serviu de tela para projeção de vídeos e, na entrada, um tabuleiro de xadrez gigante, com peças robotizadas que se moviam constantemente, recepcionava os convidados.

Instagram/Reprodução

 

A lista de 800 nomes foi composta por ícones de estilo, blogueiras, modelos e celebridades, como Alexa Chung e Bella Hadid, que mostraram seus melhores vestidos da marca e abusaram da criatividade na hora de eleger as máscaras. Willow Smith foi a atração musical responsável por animar a festa na madrugada parisiense.

WWD/Reprodução/Instagram/GettyImages
Espero que vocês tenham curtido esse desfile tanto quanto eu! A Dior é uma marca que sempre arrasa e, com certeza, continuará aparecendo por aqui.

Veja mais cliques na nossa galeria. Até a próxima!

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