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VAR: o protagonista da Copa América

Confira alguns números e análise do árbitro de vídeo. Pela primeira vez utilizado na competição, como está sendo o seu desempenho?

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Lucas Uebel/Getty Images
Uruguay v Japan: Group C – Copa America Brazil 2019
1 de 1 Uruguay v Japan: Group C – Copa America Brazil 2019 - Foto: Lucas Uebel/Getty Images

O árbitro de vídeo participa muito mais da partida do que imaginamos ou percebemos. Todos os lances que estão no protocolo (penal, gol, cartão vermelho, erro de identificação de jogadores) são checados. Sendo assim, o número de checagens em um jogo é bem alto. Mas o VAR só aparece para o público quando sugere a revisão da jogada, ou seja, quando, na opinião do recurso, o árbitro está errado. Utilizado pela primeira vez na Copa América, o árbitro de vídeo está aparecendo mais do que devia. Em 22 jogos, o VAR foi utilizado 20 vezes para mudar a decisão inicial. Uma média de 0,9 mudança de decisão por partida. E não precisamos dos números para notar tal façanha, basta assistir a uma partida.

Repetidamente, os árbitros, em qualquer lance de área, têm colocado a mão no ouvido, atrasado o reinício e irritado o espectador. A impressão que temos é que quem apita o jogo é o cara da cabine.

Voltando aos números, dentre as decisões mudadas, nove foram em lances de gol ; sete, em pênaltis; quatro, em cartões vermelhos; e nenhuma em erro de identificação de jogadores. Nas revisões de gol, cinco foram invalidados por impedimento (o que faz sentido, pois a orientação é a de que os assistentes, na dúvida, não levantem a bandeira), dois gols foram validados (tiveram marcação errada de impedimento no campo) e dois gols foram anulados por mão do atacante (nova regra em vigor: se o atacante toca a bola com a mão e gera uma vantagem para ele, é falta).

Nas revisões de pênalti, em três situações, o penal foi desmarcado e em quatro, o pênalti foi marcado, sendo que, desses, dois foram por mão na bola (provando que marcar o toque de mão não é tão simples assim, aliás, nunca foi. Agora, finalmente, o maior “migué” da história: as revisões por cartões vermelhos. Das quatro vezes que o árbitro de vídeo chamou o árbitro de campo para ver a imagem, em apenas uma ele acertou. Isso porque as outras três revisões geraram apenas cartões amarelos.

E o VAR, como todo mundo já sabe, não revisa lance de amarelo. Mas por serem lances de possível intensidade e força, e nos quais, geralmente, nada é marcado em campo, o VAR usa o protocolo, de forma errada, para garantir que o jogador não saia impune. Mas se ele usa de forma errada, por que não é punido? Pois então, ele aproveita a brecha da interpretação para garantir a revisão do lance. Se na opinião dele for pra vermelho, ele pode chamar. Mas que fica feio, isso fica!

Seguem os lances que não deveriam ser revisados pelo VAR nesta Copa América:
Brasil x Bolívia: Casemiro levou uma braçada do Saucedo. O árbitro de vídeo chamou como sendo para vermelho. Claramente não era. O árbitro marcou apenas amarelo.
Equador x Chile: em uma disputa entre goleiro e atacante, o árbitro revisou a imagem e deu apenas o cartão amarelo para o goleiro chileno Arias. Mas será mesmo que houve a falta?
Brasil x Paraguai: será que o VAR realmente achou que o lance em que Arthur deixa o braço no paraguaio Derlis González foi para vermelho? O árbitro em campo deu amarelo.

Os amarelos foram corretos? Sim. Mas deveriam ter sido aplicados sem a revisão do lance. Se o árbitro não viu, segue o jogo.

O VAR foi utilizado muito mais do que o esperado. Inclusive em situações que não deveria. Agora imagina se os 20 erros claros fossem mantidos? Isso só mostra a insegurança dos árbitros de campo na hora de tomarem uma grande decisão ou o excesso de segurança por ter o recurso da imagem e poder vê-lo a qualquer momento. A arbitragem com árbitro de vídeo precisa melhorar muito ainda. Mas como melhorar em tão pouco tempo? Simples: que o árbitro apite sem pensar no VAR, que não fique atrasando o reinício toda hora e que o VAR não amarele, chamando somente para lances claros.

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