Strada Endurance: as vantagens da cara nova e do coração usado
Versão de entrada da picape da Fiat fica mais bonita por fora, ganha interior do Mobi e mantém o rodado motor 1.4. Vale quanto pesa?
atualizado
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A nova Fiat Strada tem 5 versões e já chegou mantendo a tradição de vendas, mesmo com a pandemia de Covid-19: em agosto, foi o segundo modelo mais vendido, com 8.690 unidades (o campeão foi o Chevrolet Onix, com 10.609). No ano passado, foram emplacadas 50 mil unidades – ou 58,5% do segmento (da VW Saveiro, foram 26,7 mil, ou 31%).
O Entre-eixos testou as duas versões Endurance: a cabine simples (batizada de Plus) e a dupla. Ambas são simples e robustas, feitas para o trabalho pesado, mas com boa lista de equipamentos. Elas vêm de fábrica com ar-condicionado e coluna do volante ajustável. E com direção hidráulica.
A Plus parte de R$ 63.590, mas se forem incluídos alguns pacotes de opcionais (R$ 7.140), acessórios (4.511) e serviços – como Pack Multimedia, capota marítima e protetor de cárter – o custo final sobre para R$ 73 mil. Já o valor de largada da Endurance cabine dupla é R$ 75 mil. Dependendo da customização, pode subir para R$ 85 mil.
Vantagens e custo-benefício
Materiais usados internamente
Mesmo sendo voltada à labuta diária, a picape oferece relativo conforto ao motorista (nem sempre o dono, mas o funcionário da fazenda, o entregador da padaria etc). O plástico é duro, mas não arranha tanto quanto imaginei. O tecido dos bancos, felizmente, não causa feridas nas costas. Enfim, está dentro das modernas práticas de gestão de pessoas, dando boas condições de trabalho – mesmo que seja ao dono do modelo (alerta de ironia). A cabine da Plus, enfim, garante bom espaço e até para guardar algum treco (algum ou outro, claro).
Suspensão
É dura, mas não poderia ser diferente: é carro para trancos diários. Mas não atrapalha, cansa ou incomoda – mesmo só com passageiro e carona.
Caçamba
Infelizmente, não foi possível testar a capacidade de carga (nem a de volume nem a de peso mencionadas nas especificações técnicas). E nem mesmo o efetivo comportamento do carro nessa situação. Mas, vale lembrar: na Plus, a capacidade oficial é agora de 1.354 litros, com suporte de até 720kg. Nada mal, mesmo: tanto se comparada à geração anterior quanto se ao custo-benefício do modelo. E fica a olhos vistos a ampliação do vão de carga da caçamba (1.059mm) entre as torres dos amortecedores, garantida com a mudança de lugar da suspensão traseira.
Espaço interno
A Fiat parte do princípio de que a versão Endurance é para trabalhar e queria aumentar a capacidade da caçamba – por isso, não há lugar para quase nada atrás dos bancos. Uma pequena bolsa, um laptop, uma pequena caixa de ferramentas, um guarda-chuvas…
O painel é emprestado do Mobi – e isso é legal porque tem comandos no volante, por exemplo. Na parte mais alta, comandos do controle de tração, para o acionamento da luz de cortesia na caçamba e para os piscas de emergência – e uns porta-trecos. Deu mais algum conforto ao motorista profissional, digamos assim.
Consumo
Os dados do Inmetro divulgados pela Fiat mostram que a Endurance consome, em média, 11,8 km/l na cidade e 12,4 km/l na estrada – se abastecida com gasolina. Analisar consumo exige uma série de variantes: ‘peso’ do pé do motorista, volume/peso da carga etc. Mas nos sete dias em que cada uma versão foi avaliada os dados foram semelhantes.
Motor
As duas versões Endurance vêm com o conhecido, e bom rodado, 1.4 Fire. Ele é flex e só gera até 88cv, com torque de 12,5kgfm, com transmissão manual de 5 marchas. Os números não mentem: ele exige muita paciência do condutor. E por qual razão insistir nele, se a Fiat tem o 1.3 Firefly (que equipa as versões Freedom e a Volcano)? Custo de produção, confiança do consumidor: esse um 1.4 já equipava as versões antigas Strada. O custo de manutenção é baixo. Idem para o consumo. Não à toa, a Fiat avalia que quase a metade das vendas do modelo (todas as versões) será equipada com esse propulsor: é economia, afinal, que importa para controladoras de frotas, micros e médios empresários. Enfim: para a cidade, no dia a dia, compensa (reforçando: o Entre-eixos não avaliou o modelo com carga).
Itens de série
Ar-condicionado; controles de tração e estabilidade; assistente de partida em rampa; direção hidráulica; volante com ajuste de altura; preparação para som (cabeamento); computador de de bordo; cinto de segurança com ajuste de altura; luz diurna (DRL); porta-escada; caçamba com protetor, iluminação e tampa com alívio de peso; e rodas de aço com pneus 195/65 R15. Na versão de cabine dupla, airbags laterais
Opcionais
Pack Worker – alarme; travas e vidros elétricos; fechadura elétrica da caçamba; brake light; e banco do motorista com ajuste de altura
Pack Áudio – rádio; porta USB frontal; e volante multifuncional
Pack Tech – multimídia com tela de 7 polegadas; display digital de 3,5 polegadas no quadro de instrumentos; duas portas USB; câmera de ré; e sensor de estacionamento
Os 15 modelos mais vendidos em agosto/2020
1º Chevrolet Onix – 10.609
2° Fiat Strada – 8.690
3º Hyundai HB20 – 8.489
4º Volkswagen Gol – 7.912
5° Volkswagen T-Cross – 6.455
6º Fiat Argo – 6.040
7º Chevrolet Onix Plus – 5.974
8º Chevrolet Tracker – 5.899
9º Jeep Compass – 5.221
10º Jeep Renegade – 5.211
11º Fiat Toro – 4.824
12º Ford Ka – 4.617
13º Hyundai Creta – 4.434
14º Fiat Mobi – 4.275
15º Volkswagen Polo – 3.427
Fonte: Fenabrave
História do modelo – A Strada nasceu em 1998 com um motor 1.5 de apenas 76 cavalos (a versão de entrada). Era baseada visualmente no Palio. No ano seguinte, ganhou a versão cabine estendida – que a diferenciava das demais e a garantiu como a picape leve líder de segmento a partir de 2000. Foram comercializadas quase 1,4 milhão de unidades no mercado nacional desde o lançamento.