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Queiroga diz não pressionar técnicos por estudo sobre uso de máscaras

Cardiologista afirmou, nesta segunda-feira (14/6), que divulgará os resultados da pesquisa assim que ela for finalizada

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Marcelo Queiroga chega ao Senado para depor na CPI
1 de 1 Marcelo Queiroga chega ao Senado para depor na CPI - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que ainda não há um prazo definido para a finalização do estudo sobre a desobrigação do uso de máscaras faciais, solicitado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O cardiologista afirmou, nesta segunda-feira (14/6), que divulgará os resultados da pesquisa assim que ela for finalizada.

Na última quinta-feira (10/6), Bolsonaro disse ter mandado Queiroga assinar um parecer que desobriga o uso de máscaras por pessoas que tiveram Covid-19 ou que foram vacinadas contra a doença. Questionado sobre a medida, Queiroga afirmou que o assunto seria estudado.

Nesta segunda-feira, o cardiologista evitou falar em datas para a finalização da pesquisa.

“O presidente solicitou que se estudasse o tema. Num momento onde se clama por pesquisas, sempre é bom ter pesquisa. Estamos estudando, e no prazo adequado, quando tivermos respostas, vamos divulgar”, disse.

Queiroga afirmou que não vai pressionar os cientistas responsáveis pelo estudo. “Vamos deixar os pesquisadores pesquisarem, não existe isso [de prazo]. O ministro não fica lá: ‘Vai logo, faz’. Tudo no seu tempo”, completou.

O ministro citou outros estudos realizados pelo Ministério da Saúde durante a pandemia de Covid-19, como a pesquisa de Botucatu (SP), que avalia a eficácia do imunizante de Oxford/AstraZeneca.

“A pesquisa da AstraZeneca na cidade de Botucatu avalia a efetividade da vacina, a questão das variantes, faz uma comparação do grupo que recebeu a imunização total contra o grupo controle do Programa Nacional de Imunização (PNI). É uma época muito propicia para pesquisas, seja elas quais forem”, disse.

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Críticas

Queiroga foi duramente criticado após o anúncio do parecer sobre a desobrigação do uso de máscaras. O ministro, que iniciou a gestão há aproximadamente dois meses, sempre foi um forte defensor do acessório de proteção e da adoção de medidas não farmacológicas para o enfrentamento ao vírus.

Apesar das críticas, o cardiologista afirmou, na última quinta-feira, que não se sente pressionado pelo presidente Jair Bolsonaro.  “Eu sou ministro dele. Trabalhamos em absoluta sintonia”, disse Queiroga.

“É assim que funcionam as democracias, os regimes presidencialistas. O presidente sempre nos aconselha de maneira muito própria, e eu levo para ele os subsídios para que tenhamos as melhores decisões em relação à saúde pública”, completou.

Orientação da OMS

Com o andamento da imunização, alguns países optaram pela dispensa do uso de máscaras por pessoas vacinadas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), no entanto, pediu cautela aos governos. Segundo o órgão, a dispensa dos cuidados básicos, como o uso do protetor, só pode acontecer quando não há mais transmissão comunitária da doença e isso não depende apenas da vacinação.

“A pandemia não terminou, há muita incerteza com as novas variantes e precisamos manter os cuidados básicos para salvar vidas”, afirmou Maria van Kerkhove, líder técnica para a Covid-19 da OMS.

“No caso de um país que deseja eliminar a obrigatoriedade da máscara, isso só deve ser feito no contexto de considerar tanto a intensidade de transmissão na área quanto o nível de cobertura vacinal”, ressaltou o especialista em emergências da organização, Mike Ryan.

O alerta foi feito no dia seguinte à decisão dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, que liberaram pessoas totalmente vacinadas da obrigatoriedade do uso de máscara ao ar livre e também em alguns ambientes internos.

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