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USP cancela prova que apontava impeachment como golpe

Outra questão classificava Lula como preso político. Medida ocorreu após reclamação de Janaina Paschoal

atualizado

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1 de 1 janaína paschoal 1 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) decidiu cancelar uma prova de seleção para um curso de especialização devido a questões apontadas como “ideológicas” pela deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP). As perguntas apontavam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um preso político que outra dizia que o impeachment que retirou a ex-presidente Dilma Rousseff do poder, em 2016, foi um golpe. As informações são do Jornal Folha de S.Paulo.

A medida foi tomada após reclamação feita pela deputada em discurso na Assembleia Legislativa de São Paulo. A prova era destinada a escolher candidatos que fariam um curso a distância de especialização em saúde pública.

O impeachment foi citado em pergunta com a seguinte formulação: “A saída de Dilma Rousseff da Presidência da República se deu por meio de: a) desvios orçamentários; b) greves dos sindicatos; c) golpe institucional; d) denúncias de corrupção; e) exigência do Congresso Nacional”. A alternativa apontada como correta era “golpe institucional”. Outra pergunta citada pela deputada dizia: “Dentre as medidas recentes dos governos após o golpe de 2016, há uma que limita as ações públicas” e pedia para o aluno apontar um tema que vem sendo pautado pela visão conservadora. A resposta correta era ideologia de gênero.

Sobre Lula, a resposta correta apontada pelo gabarito o classificava como “aquele que está sendo considerado mundialmente um prisioneiro político”.

Em discurso na quarta-feira (30) na Assembleia Legislativa, Janaina afirmou que recebeu denúncias de candidatos sobre o exame, que classificou como nulo. Disse ainda que os responsáveis deveriam responder por improbidade administrativa.

“Nós estamos falando de um processo seletivo para saúde pública em que nenhuma das perguntas diz respeito a saúde pública”, declarou. “Todas as perguntas trazem como alternativa aguardada como correta uma linha ideológica. Não estou sequer criticando essa linha ideológica, estou dizendo que numa universidade pública não se pode impor e, pior, cobrar como critério de aprovação nenhuma linha ideológica.”

A deputada elencou ainda entre as questões que considerava de viés ideológico as que abordavam temas como neofascismo, “a obra feminista ‘O Segundo Sexo'”, de Simone de Beauvoir, a vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio, a reforma da Previdência e quem foi um “importante líder político brasileiro, secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro”.

De acordo com a reportagem, Havia 1.900 candidatos para 80 vagas, e o objetivo era verificar se eles estavam atualizados sobre temas de conhecimentos gerais. De acordo com o diretor da Faculdade de Saúde Pública, Oswaldo Tanaka, não havia na prova questões sobre saúde pública, porque o curso era aberto a pessoas também de outras formações de nível superior.

 

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