Ministro da Defesa se reúne com Fux em meio à crise entre Poderes
O encontro, requisitado pelo general Paulo Sérgio, estava previsto para acontecer na quarta-feira (4/5), mas foi antecipado
atualizado
Compartilhar notícia
Em meio a insinuações e farpas lançadas por membros do governo federal contra o processo eleitoral, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, receberá, às 17h desta terça-feira (3/5), o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército Brasileiro.
O encontro, que estava previsto inicialmente para acontecer na quarta-feira (4/5), acabou antecipado para esta terça. A reunião foi pedida pelo general Paulo Sérgio, segundo a assessoria da Suprema Corte. Mais cedo, às 15h, Fux se encontrará com o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco.
No fim de abril, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a colocar em xeque a atuação do Judiciário, em especial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), retomando o discurso de questionamento sobre a lisura do processo eleitoral.
Em uma fala durante o “Ato Cívico pela Liberdade de Expressão”, no Palácio do Planalto, em Brasília, o mandatário do país afirmou que uma saída para garantir a lisura das eleições está em sugestões feitas pelas Forças Armadas ao TSE. “Não precisamos do voto impresso para garantir a lisura das eleições, mas precisamos de ter uma maneira – e ali, nessas sugestões, existe essa maneira – para a gente confiar nas eleições”, insistiu.
O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, por sua vez, manifestou-se em defesa da Justiça Eleitoral e do sistema eletrônico de votação, na ocasião.
“As instituições e a sociedade podem ter convicção da normalidade do processo eleitoral. A Justiça Eleitoral é eficiente, e as urnas eletrônicas confiáveis”, escreveu Pacheco. “Não tem cabimento levantar qualquer dúvida sobre as eleições no Brasil”, disse.
As instituições e a sociedade podem ter convicção da normalidade do processo eleitoral. A Justiça Eleitoral é eficiente, e as urnas eletrônicas confiáveis. Ainda assim, o TSE está empenhado em dar toda transparência ao processo desde agora, inclusive com a participação do Senado.
— Rodrigo Pacheco (@rpsenador) April 28, 2022
“Apuração paralela”
Em fevereiro deste ano, Bolsonaro já disse que as Forças Armadas são as “fiadoras” do processo eleitoral. O presidente afirmou que as Forças Armadas apresentaram sugestões ao TSE para uma espécie de apuração paralela.
“Como os dados vêm pela internet para cá, e tem um cabo que alimenta a sala secreta do TSE, uma das sugestões é que, nesse mesmo duto que alimenta a sala secreta, seja feita uma ramificação um pouquinho à direita para que tenhamos do lado um computador das Forças Armadas, para contar os votos no Brasil”, disse o titular do Palácio do Planalto.
O TSE já afirmou que não existe “sala secreta”. E pontuou que a questão enviada pelo general Heber Garcia Portella, representante das Forças Armadas na Comissão de Transparência das Eleições, diz respeito às “medidas a serem tomadas em caso da constatação de irregularidades nas eleições”.
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.