“Entregue a relatoria e vá para o palanque”, diz Ciro Nogueira a Renan
Relator da CPI da Covid reafirmou que presidente foi a Alagoas “inaugurar obra já inaugurada” e atacar a comissão
atualizado
Compartilhar notícia
O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), e o senador governista Ciro Nogueira (PP-PI) trocaram farpas na comissão, nesta quinta-feira (13/5), após o emedebista reafirmar que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi a Alagoas para inaugurar obras já inauguradas e atacar a CPI.
O presidente Jair Bolsonaro fez uma série de críticas a Renan Calheiros durante agenda em Alagoas. “Se Jesus teve um traidor, temos um vagabundo inquirindo pessoas de bem. É um crime o que vem acontecendo com essa CPI”, disparou o mandatário do país.
O gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, que presta depoimento nesta quinta-feira, pediu um intervalo de cinco minutos, quando Renan solicitou a palavra.
“Vejo na imprensa que o presidente da República embarcou para Alagoas em avião presidencial para inaugurar obra já inaugurada. E para me atacar pessoalmente, como fez seu filho [Flávio Bolsonaro] ontem [quarta-feira], e para atacar esta Comissão Parlamentar de Inquérito.”
O senador governista Ciro Nogueira (PP-PI) reagiu. “Qual a pertinência desse tipo de informação? Entregue a relatoria, que é melhor, vá para o palanque, vá para Alagoas”, retrucou Ciro Nogueira.
Renan, então, completou: “A minha resposta é esse número”, apontando para a placa que mostra 428.256 mortos pela Covid-19.
Na quarta-feira (12/5), o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, chamou Renan de “vagabundo” durante sessão da CPI.
Depoimentos
Murillo é o sexto a depor para o colegiado. Antes dele, os senadores ouviram o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten; o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres; os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich; além do atual chefe da Saúde, Marcelo Queiroga.
A CPI da Covid-19 tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.