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Declaração de Bolsonaro à ONU irrita vítimas do golpe de 64

Grupo de anistiados políticos esteve no Senado solicitando aos parlamentares ajuda para agendar audiência com a ministra Damares Alves

atualizado

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Waldemir Barreto/Agência Senado
CDH – Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa
1 de 1 CDH – Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa - Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Um grupo de pouco mais de 50 anistiados políticos esteve no Senado Federal, na tarde desta quinta-feira (4/4). Eles foram recebidos na Comissão de Direitos Humanos da Casa e, enquanto pediam ajuda dos parlamentares para uma audiência com a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, souberam da resposta dada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) aos questionamentos feitos pela Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a orientação para celebrar do golpe de Estado de 1964.

Na quarta (3), o governo federal mandou à ONU um telegrama afirmando que “não houve golpe de Estado” em 31 de março de 1964. Segundo a nota, os 21 anos de governos militares foram necessários para “afastar a crescente ameaça de uma tomada comunista do Brasil e garantir a preservação das instituições nacionais, no contexto da Guerra Fria”.

Apesar de saberem do posicionamento do chefe do Executivo brasileiro anteriormente, a resposta oficial dada às Nações Unidas irritou e abalou as vítimas de perseguições durante o regime.

“Nossa luta, nossa história, é nosso legado, nossa religião e, por isso, não vamos parar de lutar. Sabemos que não vamos conseguir nada nesse governo, mas, se deixarmos de lado, a história falsa deles vai prevalecer”, afirmou Luciano Monteiro, 80 anos, exilado durante a ditadura.

Aos 74 anos, Paulo Novas Coutinho contou orgulhoso ao Metrópoles que, mesmo sendo fuzileiro, deixou as armas de lado para apoiar a luta contra o regime militar durante a década de 1960. Segundo ele, é preciso ainda impedir que o partido de Bolsonaro não instale a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que pretende investigar o pagamento de indenizações durante o período em que o Partido dos Trabalhadores esteve no Executivo brasileiro.

Auditoria em indenizações
Desde que a política foi criada, a totalidade das indenizações de caráter político soma R$ 9,9 bilhões. No mês passado, o ministério de Damares negou 265 pedidos de reconhecimento de anistiados políticos. A pasta já anunciou também que fará uma auditoria nas reparações que atualmente são pagas às vítimas.

Presidente da Comissão dos Direitos Humanos do Senado, Paulo Paim (PT-RS) prometeu ir pessoalmente até o ministério marcar uma audiência para que os anistiados sejam ouvidos pelo atual governo. “Eu aprendi a nunca jogar a toalha. A demanda de todos eles é justa e meu papel é encaminhar tudo o que pediram”, completou o senador.

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