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Cunha usa cargo contra ação, dizem adversários

Parlamentarem que antes apoiavam presidente da Câmara acusaram político de fazer manobra para impedir sessão do Conselho Ética na quinta-feira (19/11)

atualizado

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Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Eduardo Cunha
1 de 1 Eduardo Cunha - Foto: Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A manobra do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para anular a sessão do Conselho de Ética em que seria apresentado oficialmente o relatório preliminar favorável ao seu processo de cassação revoltou parlamentares de vários partidos. Cunha perdeu o controle do plenário e cerca de 100 deputados abandonaram a sessão.

As críticas partiram de parlamentares da oposição que, até recentemente, apoiavam Cunha. O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), acusou o presidente da Câmara de fazer “chicana”, ao tentar estender a sessão desta quinta-feira, 19, até as 18h, como pretendia Cunha inicialmente para impedir que a sessão do Conselho de Ética fosse retomada. “Essa Casa vai julgar a imoralidade. Não tem chicana que resolva. Pode adiar, mas o momento chega”, disse Freire em plenário.

Deputados passaram a ignorar as falas de Cunha e se manifestavam ao mesmo tempo em que o presidente. Só houve silêncio quando a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) começou a falar. Colocada de pé em sua cadeira de rodas, ela falou cara a cara com o presidente. “Gostar do senhor me fez perceber que o senhor nos chama de imbecis muitas vezes”, disse a parlamentar. “O senhor tem que dar exemplo. O senhor não está dando exemplo. O senhor está perdendo, a cada dia, a legitimidade de presidir. O senhor está com medo? É isso que está acontecendo?”, questionou Mara. “Chega, senhor presidente. O senhor não consegue mais presidir. Levante desta cadeira, Eduardo Cunha, por favor”.

Conselho

A deputada então convocou os parlamentares a deixarem o plenário e seguirem para a sala onde ocorria a sessão do Conselho de Ética. Servidores saíram dos gabinetes para aplaudir os deputados que abandonaram o plenário. Do PT, sigla que se aproximou de Cunha recentemente, integrantes da corrente CNB ficaram no plenário.

Rouco e diante de um plenário esvaziado, Cunha suspendeu a anulação da sessão, mas continuou sendo alvo de críticas. “O fato de hoje derruba de uma vez por todas a autoridade do presidente da Casa. A tentativa de obstruir de forma indevida este trabalho (do Conselho de Ética), ele perde as condições operacionais de tocar o dia a dia do Parlamento. Acho que hoje foi sepultada a presidência de Eduardo Cunha”, disse o líder da Minoria, Bruno Araújo (PSDB-PE).

Ao deixar o plenário, Cunha se disse alvo de golpe. “Na prática, tem uns do PT que reclamam que tem golpe contra eles, mas tentam dar o mesmo golpe. Isso que aconteceu.”. O presidente da Câmara negou que ele e seus aliados tenham manobrado para impedir a votação no Conselho de Ética. “Não fiz manobra nenhuma nem vou fazer. Não há razão para isso. Não estou preocupado.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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