metropoles.com

CPI: motoboy da VTCLog diz que entregou faturas no Ministério da Saúde

Marcos Tolentino, suposto sócio oculto da Fib Bank, alegou que não poderia depor em razão de problemas de saúde e cancelou ida ao colegiado

atualizado

Compartilhar notícia

TV Senado
motoboy Ivanildo na CPI
1 de 1 motoboy Ivanildo na CPI - Foto: TV Senado

O motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva, funcionário da VTCLog, informou à CPI da Covid que nunca entregou dinheiro a qualquer pessoa. Ele informou, no entanto, que pagava boletos para a empresa, fazia saques e entregava faturas no Ministério da Saúde.

A empresa é responsável pelos serviços de logística do Ministério da Saúde, incluindo o transporte de vacinas contra a Covid-19.

Veja como foi: 

A VTCLog entrou no radar da CPI após os senadores desconfiarem dos valores movimentados pela companhia e pelo Ministério da Saúde. O nome da empresa apareceu pela primeira vez quando os parlamentares decidiram investigar os contratos entre a pasta e colaboradores, após as irregularidades que envolveram as tratativas pela venda da vacina indiana Covaxin.

Diante dos indícios de ilicitudes na contratação da companhia, os senadores solicitaram um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que identificou movimentações suspeitas na ordem de R$ 117 milhões.

Ivanildo, por sua vez, foi convocado após ser constatado que o motoboy teve atuação direta na movimentação dos valores.

“Ele [Ivanildo] chegou a sacar, em diversos momentos, o montante de R$ 4.743.693. A maioria foram saques em espécie e na boca do caixa”, explicou o autor do requerimento de convocação do depoente, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

De acordo com o senador, o relatório encomendado aponta que a empresa teria realizado operações “em que não é possível identificar o destinatário final”. A expectativa, portanto, é de que o trabalhador ajude a esclarecer de onde partiram os milhões de reais sacados pelo motoboy e por qual razão os montantes não foram transferidos, mas sacados, em espécie.

“Chama a atenção a confiança que os donos da VTCLog depositaram em Ivanildo. Com vencimentos que não ultrapassam um teto de R$ 2 mil mensais, Ivanildo chegou a carregar em sua moto R$ 430 mil, no dia 24 de dezembro de 2018, ironicamente, a poucas horas da noite de Natal daquele ano”, ressaltou Randolfe no requerimento.

8 imagens
Motoboy Ivanildo Gonçalves, da VTCLog, na CPI da Covid-19
Motoboy Ivanildo Gonçalves, da VTCLog, na CPI da Covid-19
CPI da Covid-19
Relator da CPI da Covid-19, senador Renan Calheiros (MDB-AL)
Motoboy Ivanildo Gonçalves, da VTCLog, na CPI da Covid-19
1 de 8

Motoboy Ivanildo Gonçalves, da VTCLog, na CPI da Covid-19

Hugo Barreto/Metrópoles
2 de 8

Motoboy Ivanildo Gonçalves, da VTCLog, na CPI da Covid-19

Hugo Barreto/Metrópoles
3 de 8

Motoboy Ivanildo Gonçalves, da VTCLog, na CPI da Covid-19

Hugo Barreto/Metrópoles
4 de 8

CPI da Covid-19

Hugo Barreto/Metrópoles
5 de 8

Relator da CPI da Covid-19, senador Renan Calheiros (MDB-AL)

Hugo Barreto/Metrópoles
6 de 8

Motoboy Ivanildo Gonçalves, da VTCLog, na CPI da Covid-19

Hugo Barreto/Metrópoles
7 de 8

Motoboy Ivanildo Gonçalves, da VTCLog, na CPI da Covid-19

Hugo Barreto/Metrópoles
8 de 8

CPI da Covid-19

Hugo Barreto/Metrópoles
Mudanças no depoimento

A CPI da Covid-19 ouve o depoimento do motoboy após mudanças de última hora. Ivanildo era esperado para depor nessa terça (31/8), mas obteve liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) lhe permitindo faltar à oitiva. Ciente de que o motoboy não iria depor, a cúpula da comissão decidiu convocar a diretora-presidente da empresa, Andréia Lima.

A empresária, por sua vez, alegou ter sido comunicada da remarcação tarde da noite de segunda (30/8) e que viajaria na terça para compromissos profissionais em São Paulo. Ainda não foi marcada uma nova data para o depoimento de Andréia.

Nesta quarta, a CPI esperava ouvir Marcos Tolentino, suposto sócio oculto da Fib Bank. No entanto, os senadores foram comunicados que o advogado precisou ser internado no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, alegando sofrer com sequelas da Covid-19.

A empresa em questão foi responsável por dar garantias fidejussórias milionárias ao Ministério da Saúde, em nome da Precisa Medicamentos, no processo de venda de doses da vacina indiana Covaxin.

Tolentino é amigo do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), investigado pelo colegiado por suposta participação nas irregularidades em torno da aquisição do imunizante produzido pela Bharat Biotech.

A convocação do defensor decorre da suspeita dos senadores de que ele é o verdadeiro presidente da Fib Bank e não Roberto Pereira Ramos Junior, que depôs à comissão na semana passada.

Ao colegiado, Ramos disse que a empresa não é uma instituição bancária, mas prestadora de garantias fidejussórias. O empresário afirmou ainda que a firma possui “estrutura pequena”, embora tenha capital social de R$ 7,5 bilhões, integralizado em dois terrenos.

5 imagens
CPI da Covid-19
Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, na CPI da Covid-19
Ricardo Barros e governistas na CPI da Covid-19
Roberto Pereira Ramos Junior, presidente da Fib Bank
1 de 5

Sessão da CPI da Covid-19

Hugo Barreto/Metrópoles
2 de 5

CPI da Covid-19

3 de 5

Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, na CPI da Covid-19

Rafaela Felicciano/Metrópoles
4 de 5

Ricardo Barros e governistas na CPI da Covid-19

Jefferson Rudy/Agência Senado
5 de 5

Roberto Pereira Ramos Junior, presidente da Fib Bank

Pedro França/Agência Senado

 

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?