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Senadores gastam 3 vezes mais que deputados em viagens oficiais

Em 2019, até outubro, cada parlamentar do Senado representou gasto médio de R$ 8 mil, enquanto cada congressista da Câmara, de R$ 2,7 mil

atualizado

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Marcos Oliveira/Agência Senado
Plenário do Senado
1 de 1 Plenário do Senado - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Os senadores gastam três vezes mais que os deputados em viagens classificadas como “missões oficiais”. Com 81 parlamentares, o Senado Federal gastou, de fevereiro a outubro deste ano, em média, R$ 8 mil com cada congressista da Casa. A Câmara dos Deputados, na atual legislatura, usou uma média de R$ 2,7 mil com cada um dos seus 513 deputados.

No valor nominal total, no entanto, os números se invertem.  Devido à quantidade maior de parlamentares, a Câmara gastou mais desde o início da atual legislatura, em 1º de fevereiro de 2019. Em outubro, o Metrópoles mostrou que a Casa já desembolsou R$ 1,42 milhão em viagens oficiais. O Senado, por sua vez, gastou R$ 712 mil somente neste ano. Tudo é pago com recurso público.

Uma viagem em “missão oficial” dá aos congressistas o direito de serem custeados por sua respectiva Casa, seja ela Câmara ou Senado. As diárias devem ser utilizadas para cobrir os custos com hospedagem, transporte local e alimentação.

Levantamento do (M)dados, núcleo de análise de grandes quantidades de informações do Metrópoles, examinou números das viagens dos parlamentares feitas desde o início da atual  legislatura até 27 de outubro.

O campeão em gastos no Senado, atualmente, é Humberto Costa (PT-PE). Até o momento, a Casa Alta pagou R$ 48,5 mil em viagens oficiais para o parlamentar. Ao todo, foram 33 diárias.

Humberto Costa é seguido pelos senadores Sérgio Petecão (PSD-AC), com R$ 45,2 mil e 22 diárias, e Irajá (PSD-TO), com R$ 42,6 mil e 26 diárias.

Na Câmara, o deputado que mais gasta com viagens oficiais é Zé Carlos (PT-MA). Ao parlamentar, até agora, foram pagos R$ 31,4 mil, somando 19 diárias. 

Os deputados Nelson Pellegrino (PT-BA) e Rubens Bueno (Cidadania-PR) vêm na sequência, tendo R$ 31,4 mil e 18 diárias, e R$ 28,8 mil e 16 diárias, respectivamente.

Principais destinos
O destino mais popular entre os senadores é Montevidéu, no Uruguai. Somadas, foram 111 diárias na capital uruguaia, que custaram R$ 158,4 mil aos cofres públicos.

Em seguida, aparecem Nova York, nos Estados Unidos, com 82 diárias, o equivalente a R$ 137,6 mil, e Doha, capital do Catar, somando 36 diárias, com R$ 59,4 mil.

Entre os deputados, o destino mais popular é a cidade de Nova York, nos Estados Unidos. Até outubro, foram 140 diárias na metrópole norte-americana, que geraram um custo de R$ 254,5 mil. 

Na sequência, aparecem Genebra, na Suíça, com 70 diárias, o equivalente a R$ 123,4 mil, e a Cidade do Panamá, com 44,5 diárias – R$ 76,6 mil.

Como funciona
Para o parlamentar receber esse benefício, previsto no regimento interno da Câmara e do Senado, ele deve apresentar um requerimento na Secretaria de Relações Internacionais de sua respectiva Casa, que encaminha o pedido para aprovação do presidente – neste caso, Rodrigo Maia (Câmara) ou Davi Alcolumbre (Senado). Se aprovado, o requerimento segue para a respectiva Diretoria-Geral, para a liberação dos recursos. Ao retornarem, os congressistas precisam elaborar um relatório e encaminhá-lo à presidência com todas as atividades que fizeram durante a viagem.

O que dizem os citados
Ao Metrópoles, o senador Humberto Costa afirmou que todas as suas viagens foram feitas a serviço das reuniões mensais do Parlamento do Mercosul, também conhecido como ParlaSul. O senador é representante do Congresso Nacional brasileiro no órgão.

Procurado, o deputado Rubens Bueno disse que “é normal, na vida parlamentar, ter um relacionamento internacional” e que suas viagens oficiais sempre foram convites para representar o Brasil no exterior. “Essas relações [internacionais] são importantes do ponto de vista econômico, cultural e parlamentar”, afirmou.

Questionado sobre as viagens serem pagas com dinheiro público, o deputado definiu a pergunta como “ridícula”. Ele afirmou que seu “mandato é público” e se recusou a responder outras perguntas.

Ao ser informado sobre o conteúdo da reportagem, o deputado Nelson Pellegrino disse que estava em reunião e pediu para que o Metrópoles retornasse dentro de uma hora.

A reportagem tentou, mais de uma vez, contatar o parlamentar novamente, mas não foi atendida. O mesmo foi feito com o deputado Zé Carlos e os senadores Sérgio Petecão e Irajá. O espaço segue aberto para manifestações.

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