metropoles.com

Entenda como uma decisão de Barroso impede indulto a Lula

Ministro do Supremo proibiu benefício para condenados por corrupção e lavagem de dinheiro

atualizado

Compartilhar notícia

Valter Campanato/Agência Brasil
barroso_posse_tse_vac4728
1 de 1 barroso_posse_tse_vac4728 - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Mesmo se fosse o desejo de um novo presidente da República, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado a 12 anos e 1 mês de prisão pela Lava Jato, tem o caminho para receber um indulto atualmente impedido por quatro pontos de uma decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). As informações foram divulgadas pelo jornal o Estado de São Paulo nesta segunda-feira (17/9).

Em março, Barroso tornou sem efeito quatro pontos do decreto de indulto de Natal assinado pelo presidente Michel Temer, em 2017. O tema voltou ao debate político após o PT confirmar Fernando Haddad como candidato à Presidência da República – o ex-prefeito tem evitado o assunto.

A decisão de Barroso é liminar e ainda precisa ser referendada pelo plenário do Supremo. Neste caso, o colegiado da Corte decidirá sobre o mérito do caso, confirmando ou não o entendimento do ministro. Para tanto, a questão deve ser pautada pelo novo presidente do STF, Dias Toffoli.

O primeiro ponto que afeta Lula é a proibição de Barroso ao indulto para condenados por corrupção e lavagem de dinheiro, delitos pelos quais o ex-presidente foi condenado. Além disso, Barroso exigiu: o instituto só deve ser concedido a presos que cumpriram um terço da pena – isso só deve ocorrer com Lula em maio de 2021.

O ministro também limitou a concessão do benefício a quem tem pena inferior a 8 anos de prisão e o vedou para quem tem recurso pendente – o de Lula ainda não foi julgado pelo Superior Tribunal de Justiça.

Mesmo que o decreto assinado por Temer estivesse em vigor, ainda assim Lula só poderia receber o indulto em setembro de 2020, quando completaria 29 meses preso – um quinto da pena no caso do triplex no Guarujá (SP). Esse cálculo teria ainda outra variável: o ex-presidente responde a outros processos que podem aumentar a condenação total, tornando-o um reincidente e deixando, assim, o benefício ainda mais distante.

“Mesmo um novo decreto de Temer estaria suspenso pela liminar do Barroso”, disse um juiz, que participou da redação do projeto que vedava o indulto a corruptos. Por enquanto, vale a decisão de Barroso, a qual deve ser referendada pelo plenário do STF. Para tanto, a questão deve ser pautada pelo presidente da Corte, Dias Toffoli.

Além do indulto, outra possibilidade vedada seria a graça. Nesse caso, o decreto destinaria-se só ao ex-presidente, ao contrário do indulto, coletivo. A graça é entendida como medida humanitária e compensatória prevista na Constituição e atribuição do presidente.

Grande conselheiro
Haddad evitou responder, nesta segunda-feira (17/9), se daria ou não indulto a Lula, mas afirmou: “O ex-presidente será um grande conselheiro”, na hipótese de vitória da chapa petista nas Eleições 2018.

“Temos total comunhão de propósitos em relação a ele e o diagnóstico de que o Brasil precisa do nosso governo e precisa do Lula orientando como um grande conselheiro. Ele é um interlocutor permanente de todos os dirigentes do partido e nunca deixará de ser”, afirmou Haddad. “Não temos nenhum problema com isso. Enquanto os outros partidos escondem os seus dirigentes, nós temos muito orgulho de ter o Lula como dirigente”, disse o presidenciável, depois de visitar Lula na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba (PR).

Haddad não detalhou, porém, qual poderia ser o papel de Lula em um eventual governo petista. Segundo ele, é preciso considerar “circunstâncias muito particulares”. “Um ex-presidente querer participar de um governo é uma questão muito delicada, em função de circunstâncias muito particulares, como aconteceu no caso de quando ele [Lula] ia assumir a Casa Civil do governo [da presidente cassada] Dilma [Rousseff]. O presidente Lula estará conosco permanentemente, não há dificuldade em admitir isso”, concluiu o presidenciável.

Mais cedo, durante sabatina promovida pelo jornal Folha de S. Paulo, UOL e SBT, Haddad afirmou que manteria a rotina de visitas ao ex-presidente, ao ser perguntado sobre a possibilidade de anistia. “Com certeza”, disse ele. Na sequência, afirmou que Lula não troca sua “dignidade” por “liberdade”, e o presidenciável espera a absolvição do ex-presidente no decorrer do processo judicial.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?