PF: generais Ramos e Heleno participaram de ofensiva contra urnas
Relatório da PF, publicado por jornal, aponta que ministros participam, desde 2019, de ofensivas para buscar indícios de fraudes em urnas
atualizado
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![Ministro Luiz Eduardo Ramos em conversa ao pé do ouvido com o presidente Jair Bolsonaro - Metrópoles](/_next/image?url=https%3A%2F%2Ffly.metroimg.com%2Fupload%2Fq_85%2Cw_700%2Fhttps%3A%2F%2Fuploads.metroimg.com%2Fwp-content%2Fuploads%2F2022%2F02%2F04152414%2FPresidente-da-Caixa-Pedro-Guimara%25CC%2583es-e-jaijar-Bolsonaro-apresentam-aos-ministro-Paulo-Guedes-Tarci%25CC%2581sio-Gomes-de-Freitas-e-General-Ramos-ac%25CC%25A7o%25CC%2583es-adotadas-para-ampliar-o-acesso-ao-cre%25CC%2581dito-no-pai%25CC%2581s2.jpeg&w=2048&q=75)
Inquérito da Polícia Federal (PF) aponta que membros da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e os generais Luiz Eduardo Ramos (ministro da Secretaria Geral da Presidência da República) e Augusto Heleno (ministro do Gabinete de Segurança Institucional — GSI) participaram, desde 2019, de ofensivas para buscar informações contra as urnas eletrônicas.
A investigação teve início após o presidente Jair Bolsonaro (PL) realizar, em julho de 2021, uma live em que compartilhou informações falsas e fez uma série de ataques ao sistema eleitoral. Relatada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a apuração corre dentro do inquérito das milícias digitais.
Uma das informações divulgadas por Bolsonaro durante a transmissão ao vivo foi a de que houve suspeita de fraude na eleição de 2014, quando Dilma Rousseff (PT) foi eleita. O presidente utilizou como prova uma planilha elaborada pelo técnico Marcelo Abrileri.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Abrileri relatou à Polícia Federal que foi procurado em 2019 pelo general Luiz Eduardo Ramos para se reunir com Bolsonaro e discutir “indícios de fraudes” nas urnas eletrônicas. O encontro teria sido no Palácio do Planalto.
De acordo com Abrileri, outras oito pessoas participaram da reunião, que teve uma hora de duração. À PF, o técnico afirmou que mostrou a Bolsonaro os indícios de possíveis fraudes nas eleições de 2014, e que outros participantes do encontro também mostraram supostas informações sobre falhas nas urnas.
No entanto, o técnico disse não recordar quais seriam os dados apresentados. Ainda de acordo com o jornal Folha de S.Paulo, Abrileri disse à polícia que foi novamente procurado pelo general Ramos entre junho e julho de 2021. Em ligação colocada em auto falante, o técnico conversou com o general e com o presidente Bolsonaro.
“Durante essa conversa foi avisado que estavam reunindo várias informações sobre possível fraude nas urnas eletrônicas. O general Ramos pediu para o declarante falar um pouco sobre as informações que descobriu”, disse Abrileri à Polícia Federal.
Abin
O técnico também relatou que o general Augusto Heleno, ministro do GSI, atuou na procura por informações contra as urnas eletrônicas. No mesmo inquérito, o perito da PF Ivo Peixinho apontou que a Abin procurou informações sobre o sistema eleitoral do país, entre 2019 e 2020.
Der acordo com o perito, então chefe da Abin, Alexandre Ramagem, enviou uma consulta sobre ocorrências ou atividades envolvendo urnas eletrônicas nas eleições. Um informe com as atividades da PF sobre o tema teria sido produzido. O material foi utilizado na live de Bolsonaro — apesar de não apontar qualquer indício de fraude.
A delegada responsável pelo caso, Denisse Ribeiro, concluiu que as ações para desacreditar o sistema eleitoral são relacionados à investigação criminosa apurada no inquérito das milícias digitais.
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