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PF: generais Ramos e Heleno participaram de ofensiva contra urnas

Relatório da PF, publicado por jornal, aponta que ministros participam, desde 2019, de ofensivas para buscar indícios de fraudes em urnas

atualizado

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Ministro Luiz Eduardo Ramos em conversa ao pé do ouvido com o presidente Jair Bolsonaro - Metrópoles
1 de 1 Ministro Luiz Eduardo Ramos em conversa ao pé do ouvido com o presidente Jair Bolsonaro - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Inquérito da Polícia Federal (PF) aponta que membros da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e os generais Luiz Eduardo Ramos (ministro da Secretaria Geral da Presidência da República) e Augusto Heleno (ministro do Gabinete de Segurança Institucional — GSI) participaram, desde 2019, de ofensivas para buscar informações contra as urnas eletrônicas.

A investigação teve início após o presidente Jair Bolsonaro (PL) realizar, em julho de 2021, uma live em que compartilhou informações falsas e fez uma série de ataques ao sistema eleitoral. Relatada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a apuração corre dentro do inquérito das milícias digitais.

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A troca de farpas preocupa.  Em tentativa de minimizar os conflitos, o ministro Luiz Fux, inclusive, tentou realizar reunião entre os três Poderes. Contudo, logo voltou atrás e cancelou o encontro declarando que o presidente da República insiste em atacar integrantes do STF e colocar sob suspeição o processo eleitoral brasileiro
A declaração de Fux foi feita após Bolsonaro voltar a ameaçar a realização das eleições de 2022
“É uma resposta de um imbecil. Lamento falar isso para uma autoridade do STF. O que está em jogo é o nosso futuro e a nossa vida, não pode um homem querer decidir o futuro do Brasil na fraude”, disse o presidente
“Não tenho medo de eleições. Entrego a faixa para quem ganhar no voto auditável e confiável. Dessa forma, corremos o risco de não termos eleições no ano que vem”, declarou
Durante as lives semanais, o assunto é recorrente. Bolsonaro prometeu que apresentaria, em uma delas, prova de fraudes eleitorais que supostamente ocorreram em 2014. No entanto, acabou alegando que “não tem como comprovar que as eleições foram fraudadas” e, mesmo assim, prosseguiu atacando o sistema eleitoral
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Desde eleito, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem travado grandes embates com a Justiça Eleitoral. Ele é, juntamente com aliados, uma das principais vozes no questionamento do processo brasileiro

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A troca de farpas preocupa. Em tentativa de minimizar os conflitos, o ministro Luiz Fux, inclusive, tentou realizar reunião entre os três Poderes. Contudo, logo voltou atrás e cancelou o encontro declarando que o presidente da República insiste em atacar integrantes do STF e colocar sob suspeição o processo eleitoral brasileiro

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A declaração de Fux foi feita após Bolsonaro voltar a ameaçar a realização das eleições de 2022

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“É uma resposta de um imbecil. Lamento falar isso para uma autoridade do STF. O que está em jogo é o nosso futuro e a nossa vida, não pode um homem querer decidir o futuro do Brasil na fraude”, disse o presidente

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“Não tenho medo de eleições. Entrego a faixa para quem ganhar no voto auditável e confiável. Dessa forma, corremos o risco de não termos eleições no ano que vem”, declarou

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Durante as lives semanais, o assunto é recorrente. Bolsonaro prometeu que apresentaria, em uma delas, prova de fraudes eleitorais que supostamente ocorreram em 2014. No entanto, acabou alegando que “não tem como comprovar que as eleições foram fraudadas” e, mesmo assim, prosseguiu atacando o sistema eleitoral

Reprodução/Youtube
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Em resposta, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, por unanimidade, portaria da Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral para a instauração de um inquérito administrativo contra Bolsonaro. Além disso, pediram ainda que o incluíssem em outro inquérito, o das fake news

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Bolsonaro, por sua vez, criticou o inquérito e ameaçou o STF. “O meu jogo é dentro das quatro linhas, mas se sair das quatro linhas, sou obrigado a sair das quatro linhas. O Moraes, ele investiga, ele pune e ele prende. Se eu perder as eleições vou recorrer ao próprio TSE? Não tem cabimento”, afirmou em entrevista ao canal da Jovem Pan

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Após a declaração de Bolsonaro, Alexandre de Moraes postou no twitter que “ameaças vazias e agressões covardes não afastarão o STF de exercer sua missão constitucional de defesa e manutenção da democracia e do Estado de direito”

Daniel Ferreira/Metrópoles
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Jair Bolsonaro reclamou da retirada de veículos blindados

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Como consequência da ação, o TSE enviou ao STF uma notícia-crime contra o presidente

Vinícius Santa Rosa/Metrópoles
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Recentemente, o conflito entre Jair e o TSE ganhou novos capítulos. Isso porque Bolsonaro passou a estimular um clima de disputa entre o TSE e as Forças Armadas

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Durante lives semanais, o chefe do Executivo federal acusou o TSE de “carimbar como confidenciais” sugestões dos militares para aprimorar a segurança das urnas eletrônicas e voltou a colocar em dúvida a segurança do sistema de contagem dos votos

Igo Estrela/Metrópoles

Uma das informações divulgadas por Bolsonaro durante a transmissão ao vivo foi a de que houve suspeita de fraude na eleição de 2014, quando Dilma Rousseff (PT) foi eleita. O presidente utilizou como prova uma planilha elaborada pelo técnico Marcelo Abrileri.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Abrileri relatou à Polícia Federal que foi procurado em 2019 pelo general Luiz Eduardo Ramos para se reunir com Bolsonaro e discutir “indícios de fraudes” nas urnas eletrônicas. O encontro teria sido no Palácio do Planalto.

De acordo com Abrileri, outras oito pessoas participaram da reunião, que teve uma hora de duração. À PF, o técnico afirmou que mostrou a Bolsonaro os indícios de possíveis fraudes nas eleições de 2014, e que outros participantes do encontro também mostraram supostas informações sobre falhas nas urnas.

No entanto, o técnico disse não recordar quais seriam os dados apresentados. Ainda de acordo com o jornal Folha de S.Paulo, Abrileri disse à polícia que foi novamente procurado pelo general Ramos entre junho e julho de 2021. Em ligação colocada em auto falante, o técnico conversou com o general e com o presidente Bolsonaro.

“Durante essa conversa foi avisado que estavam reunindo várias informações sobre possível fraude nas urnas eletrônicas. O general Ramos pediu para o declarante falar um pouco sobre as informações que descobriu”, disse Abrileri à Polícia Federal.

Abin

O técnico também relatou que o general Augusto Heleno, ministro do GSI, atuou na procura por informações contra as urnas eletrônicas. No mesmo inquérito, o perito da PF Ivo Peixinho apontou que a Abin procurou informações sobre o sistema eleitoral do país, entre 2019 e 2020.

Der acordo com o perito, então chefe da Abin, Alexandre Ramagem, enviou uma consulta sobre ocorrências ou atividades envolvendo urnas eletrônicas nas eleições. Um informe com as atividades da PF sobre o tema teria sido produzido. O material foi utilizado na live de Bolsonaro — apesar de não apontar qualquer indício de fraude.

A delegada responsável pelo caso, Denisse Ribeiro, concluiu que as ações para desacreditar o sistema eleitoral são relacionados à investigação criminosa apurada no inquérito das milícias digitais.

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