Pandemia prejudicará retomada de procedimentos eletivos em hospitais
Levantamento inédito da Associação Nacional de Hospitais Privados mostra as dificuldades do setor e como a pandemia impacta no atendimento
atualizado
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O agravamento da pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, prejudicará retomada de procedimentos eletivos, aqueles que são marcados com antecedência, como cirurgias, em hospitais particulares.
No país, diversos estados e o Distrito Federal suspenderam esse tipo de atendimento em hospitais públicos devido o alto índice de ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) e para diminuir o risco de contágio da doneça.
A conclusão é de um estudo inédito da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) desenvolvido em parceria com Bain & Company, empresa que monitora a indústria da saúde no Brasil.
O documento será lançado nesta quinta-feira (29/4). Ao Metrópoles, a Anahp adiantou com exclusividade trechos do estudo que indicam uma tendência preocupante no setor.
A longo prazo, incertezas como intervenção dos governos na área de saúde, dificuldade de precisar datas e cronogramas específicos para volta ao trabalho presencial, vacinação e imunidade generalizada e tratamentos presenciais são pontos preocupantes.
“O objetivo da publicação é promover reflexões profundas aos gestores e líderes, ao retratar as dificuldades, conhecimentos adquiridos e iniciativas adotadas pelo setor neste período”, explica a Anahp, em nota.
Vantagem competitiva nacional
Um dos efeitos da pandemia é na infraestrutura de saúde. O investimento no setor passará, segundo o estudo, a ser visto como vantagem competitiva nacional.
“A pandemia do novo coronavírus desafiou os sistemas de saúde do mundo todo, que tiveram que se adaptar rapidamente para compreender o cenário e, ao mesmo tempo, continuar prestando atendimento ágil e de excelência à população”, frisa a Anahp.
O Brasil ultrapassou 14,4 milhões de casos confirmados do novo coronavírus e mais de 391 mil óbitos em decorrência da Covid-19.
Veja tópicos do estudo de como a Covid-19 afetará o setor de saúde brasileiro:
- Indicadores que permanecem estáveis
– População mais idosa, com mais doenças crônicas e maior utilização
– Foco nos determinantes sociais da saúde para melhorar acesso e resultados
– Médicos se mantêm como principais tomadores de decisão no tratamento
– Retorno de procedimentos para volumes pré-pandemia – variações no “onde” e no “como”
– Queda nas vidas cobertas por planos corporativos devido à recessão; demanda crescente por procedimentos “avulsos”
– Sem mudanças estruturais no processo de desenvolvimento de remédios e equipamentos - Aceleração de tendências atuais
– Consumerismo – aumento da responsabilidade do paciente no atendimento
– Cuidados cada vez mais integrados e foco em saúde comportamental
– Mudanças em “onde” e “como” o tratamento é fornecido: maior participação de locais de cuidado alternativos, adoção de telessaúde e ferramentas digitais, visão da jornada integral do paciente entre diversos canais
– Foco em interoperabilidade de dados
– Prestadores enfrentam desafios que exigem redução de custos, novos modelos clínicos, decisões de portfólio/estratégia
– Aceleração do compartilhamento de risco entre prestadores e planos de saúde - Novas tendências e mudanças de paradigmas
– Mudança das preferências do consumidor: local/conveniente seguro/confiável
– Redução da importância da presença local, com suporte de especialistas sendo coordenados nacionalmente via tecnologia
– Foco na resiliência e redundância da cadeia de suprimentos
– Foco renovado no setor de saúde como infraestrutura
Serviço
Lançamento e debate – Lições da pandemia: perspectivas e tendências
Data: 29 de abril de 2021
Horário: 18h
Link para participar: http://bit.ly/3tL8s8Y
Evento gratuito