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Sem eleições no DF, 2.246 brasilienses disputam vagas em outros estados

Os nascidos no DF não são casos exclusivos. Por todo o país, um a cada cinco candidatos não nasceram nos estados em que concorrem

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Relâmpagos no TSE. Brasília(DF), 26/10/2018
1 de 1 Relâmpagos no TSE. Brasília(DF), 26/10/2018 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Mesmo fora das eleições de 2020, que irão definir vereadores e prefeitos por todo o Brasil, o Distrito Federal marcará presença, um pouco diferente, nas urnas no dia 15 de novembro.

Dos 551.554 candidatos a cargos políticos, 2.246 nasceram na capital do país. Espalhados por 26 estados brasileiros, 79 concorrem ao cargo principal em prefeituras, 76 à vice-prefeitos e 2.091 disputam cadeiras em câmaras municipais. O levantamento foi feito pelo (M)Dados, equipe de dados do Metrópoles, com base nas informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

As unidades da Federação mais próximas concentram o maior número de brasilienses. Goiás, por exemplo, tem 1.406 nascidos no DF. Logo depois, Minas Gerais assume o segundo lugar, com 200. Para fechar o pódio, Bahia, com 93. Na contramão, os estados mais ao norte do país, possuem poucos representantes da capital. No Amapá, por exemplo, apenas o Rudá Carvão Nunes, que concorre a vereador de Macapá, nasceu no Planalto Central.

Muitos candidatos goianos, principalmente do Entorno, têm uma relação próxima com o DF.  É o caso da candidata a prefeita da Cidade Ocidental (GO), Kedma Karen (PT). “Nasci na capital, mas aos 6 anos me mudei para Goiás. Voltei para Brasília com o objetivo de estudar e ter meus filhos. Dificilmente nascem goianos no entrono sul pela falta de maternidade aqui. Essa, inclusive, é uma das minha lutas”, disse.

No sul do país, Célio Juliano Barroso Trindade, conhecido como Professor Célio (PSol), é um dos 44 brasilienses na disputa da região. Candidato a prefeito em São Leopoldo, cidade do Rio Grande do Sul com 238 mil habitantes, Trindade nasceu em Ceilândia, em 1978, quatro anos depois de os pais se mudarem para o DF. “Depois, morei um tempo no Maranhão e estou há dez anos e meio no Rio Grande do Sul, mas parte da minha família ficou no DF e hoje mora em Samambaia”, contou.

Há também os que dividem a vida entre a cidade natal e a do coração. Marcos Rocha de Amorim Filho (PSC), que concorre pela prefeitura em Redenção do Gurguéia, no Piauí, nasceu no Plano Piloto, mudou-se para o Nordeste, mas não saiu completamente do DF. “Tenho casa aqui e em Águas Claras. Vim para cá, mas advogo nos dois estados”, explicou.

O candidato nunca tentou lançar campanha no DF, optou por uma carreira política no Piauí porque seu pai nasceu lá. “Os desafios aqui são enormes, especialmente trabalhar novas ideias sobre política em um ambiente eleitoral onde grande parte não entende o conceito de estado e de cidadania. Aqui, os políticos ensinaram o povo votar muito mal, por interesses básicos, como uma consulta, exame ou remédio”, conta.

Os brasilienses não são casos exclusivos. Por todo o país, um a cada cinco candidatos não nasceram nos estados em que concorrem. Em São Paulo, o campeão de ocorrências do tipo, 3.948 deles são mineiros, por exemplo.

Para concorrer em um local diferente de onde nasceu, o político deve ter o seu domicílio eleitoral estabelecido onde quer ser candidato 6 meses antes da eleição, conforme previsto na Lei 9.504/97, art. 9º. Além disso, deve estar com a filiação deferida pelo partido no mesmo prazo.

Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e estar com a filiação deferida pelo partido no mesmo prazo.

Parágrafo único. Havendo fusão ou incorporação de partidos após o prazo estipulado no caput, será considerada, para efeito de filiação partidária, a data de filiação do candidato ao partido de origem.

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