metropoles.com

Sem festa junina, Pernambuco perderá cerca de R$ 433 milhões em 2021

O valor considera o montante arrecadado em 2019, último ano das comemorações antes da crise da Covid-19

atualizado

Compartilhar notícia

Getty Images
Festa Junina
1 de 1 Festa Junina - Foto: Getty Images

Pernambuco sofrerá mais um ano com forte prejuízo econômico causado pelo cancelamento das festas juninas devido à pandemia da Covid-19. Segundo o governo do estado, a perda deve ser em torno de R$ 433 milhões, considerando o total que deixará de circular em diversos setores, como comércio e serviços.

O número considera o montante arrecadado em 2019, último ano das comemorações antes da crise sanitária. Na época, pequenos, médios e grandes empresários já comemoravam um aumento de 25% em relação a 2018. Ao todo, passaram pelo estado mais de 513 mil turistas em diversas cidades do estado, como Caruaru, Gravatá, Arcoverde e Petrolina. 

Para os empreendedores que dependem do São João ou têm na época o ápice das vendas, o rombo nas contas é inevitável, porém algumas estratégias podem ser adotadas por alguns gestores para reduzir os impactos. Segundo o economista Horácio Forte, presidente da H. Forte Soluções Educacionais, associada à Fundação Dom Cabral, é importante criar um ambiente junino no mercado, mesmo que não seja possível a realização das festas.

“Os hábitos e as tradições merecem ser mantidos. É importante fomentar campanhas mercadológicas que sigam o calendário festivo. Dá pra ir de junho até agosto, por exemplo, mês em que é comemorado o Dia do São Caetano. Ou seja, em vez de 30 dias, trabalhe o tema em 90”, sugeriu.

De acordo com dados da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), o impedimento da realização de festas também prejudicou a geração de empregos durante o período junino em municípios pernambucanos. Antes da pandemia, cerca de 12 mil postos de trabalho diretos e indiretos eram criados em Caruaru, a maioria em virtude das comemorações do ‘Maior e Melhor São João do Mundo”, como é chamado o evento junino na cidade.

Em junho do ano passado, vários setores industriais relacionados direta ou indiretamente à festa também tiveram queda no faturamento. Segundo o levantamento da Fiepe, enfrentaram retração segmentos como os de metalurgia básica (-15,8%), materiais elétricos (-14,9%), e de celulose e papel (-10,2%).

Com a vacinação da população, há chances de que o São João volte a ser realizado com aglomerações no próximo ano. Para Horácio, no entanto, o processo de recuperação financeira só deve acontecer em dois ou três anos. “Acredito que o retorno econômico para esse segmento será em ‘U’, e não em ‘V’. Isso significa que será um processo mais lento, porém constante e progressivo”, concluiu.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, no entanto, já afirmou diversas vezes que a recuperação fiscal do país está sendo desenhada em V e acredita isso será reforçado a partir do segundo semestre deste ano.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?