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Covid-19: em maio, apenas três estados desaceleraram a taxa de novos casos

Na última semana epidemiológica completa — do dia 24 a 30 — Bahia, Pernambuco e Sergipe tiveram uma desaceleração de notificação

atualizado

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ilustração coronavírus
1 de 1 ilustração coronavírus - Foto: adoslav Zilinsky/GettyImages

Enquanto o número de novos contaminados pela Covid-19 no Brasil aumenta, algumas poucas unidades da Federação terminaram o mês de maio na contramão. Na última semana epidemiológica completa — do dia 24 a 30 — Bahia, Pernambuco e Sergipe tiveram uma desaceleração de casos recentes.

Os números do Ceará também foram promissores. No fim de maio, as novas infecções aumentaram apenas 0,5%, bem distante dos 43,9% que marcaram as semanas iniciais do quinto mês do ano.

Em contrapartida, Mato Grosso, Maranhão, Minas Gerais e Alagoas dispararam em notificações. O estado do Centro-Oeste viu, em sete dias, o número de novos contaminados dobrar, saltando de 500 casos em uma semana para 1.009 na outra.

As informações vieram do sistema de informação do Ministério da Saúde e são compiladas diariamente pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, para abastecer um painel virtual com informações sobre a pandemia.

Maiores restrições

Os estados que viram o número de novos casos caírem têm em comum o aumento das restrições para o enfrentamento da Covid-19. Em Pernambuco, por exemplo, no dia 16 de maio, foi decretado o início do lockdown em Recife e em mais quatro cidades. Assim como Fortaleza (CE), que adotou a prática dia 8.

Em Sergipe, o governo do estado optou por um novo decreto, mais restritivo, reforçando a fiscalização comandada pela Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Guarda Municipal. O mesmo aconteceu na Bahia, quando ACM Neto, prefeito de Salvador, anunciou, no início do mês, que alguns pontos da capital baiana teriam interdição completa.

Subnotificação

Segundo resultados da primeira fase do estudo Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19 no Brasil: Estudo de Base Populacional (Epicovid19-BR), coordenado pelo Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em parceria com o Ministério da Saúde, a subnotificação ainda é um problema no Brasil. Para cada caso confirmado de Covid-19, segundo as estatísticas oficiais, existem sete casos reais na população dos principais centros urbanos brasileiros.

A pesquisa, realizada em maio, também indica várias pequenas epidemias espalhadas pelo país. Enquanto algumas cidades apresentam números comparáveis aos grandes centros dos Estados Unidos e da Itália, outras têm resultados baixos.

Epicentro

O diretor-executivo da OMS, Mike Ryan, afirmou nessa segunda-feira (01/06) que a América Central e a do Sul são os novos epicentros da pandemia do novo coronavírus no mundo. De acordo com ele, o Brasil e os países vizinhos ainda não atingiram o pico da transmissão da doença.

“Cinco dos dez países que registraram mais casos nas últimas 24 horas estão nas Américas”, salientou Ryan. “No momento, não é possível prever quando (o pior momento) chegará”, completou. Na quinta-feira passada (28/05), o Brasil foi o país com maior número de pacientes confirmados no mundo.

A OMS reforçou o alerta para que os países adotem uma abordagem científica ao avaliar o fim das medidas de isolamento. “Temos exemplos de governos que adotaram uma abordagem baseada em toda a sociedade, calcada na ciência, e outros que tiveram fraqueza nisso”, destacou.

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