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Chuvas no RS devem fechar 25% dos mercadinhos nas regiões afetadas

Previsão é do Conselho Regional do Desenvolvimento (Corede) Centro Sul, que inclui cidades como Barra do Ribeiro, Butiá e Camaquã, no RS

atualizado

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Lara Ely
Mercado destruído com coisas empilhadas após chuvas no RS
1 de 1 Mercado destruído com coisas empilhadas após chuvas no RS - Foto: Lara Ely

Porto Alegre – Após as chuvas que castigaram o estado do Rio Grande do Sul desde o final de abril, pequenos empreendedores de municípios atingidos pelas enchentes serão forçados a fechar as portas. Nas cidades da região do Centro Sul do estado, estima-se que 25% dos mercados e armazéns não sobreviverão.

A previsão é do Conselho Regional do Desenvolvimento (Corede) Centro Sul, que contempla cidades como São Jerônimo, Barra do Ribeiro, Butiá, Camaquã e Charqueadas.

“Os mini e micro empreendedores de São Jerônimo estão desnorteados. O principal restaurante da cidade nem reabriu. Ainda não temos previsão de quantos vão querer permanecer aqui”, explicou o administrador e presidente da Corede, Álvaro Werlag.

“Temos muitas perdas de pequenos comércios”, lamenta Werlag.

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Dificuldade generalizada

Em locais onde mal pega o telefone, muitos comerciantes trabalham na mesma construção onde vivem. Dependentes de um abastecimento externo, que está restrito, eles precisam recuperar as suas casas e cuidar das famílias. Muitos não contam com aposentadoria e possuem baixa capacidade técnica para buscar outro emprego, explica o presidente do Corede.

Aos efeitos da questão climática somam-se fatores como o baixo grau de escolaridade dos empreendedores, a questão da segurança e a falta de organização nas cadeias produtivas.

“Não se tem planejamento estratégico, não tem capital giro. Uma derrubada desse nível os deixa extremamente vulneráveis”, explica o presidente do Corede.

A dificuldade generalizada reflete na renda das localidades. Segundo estimativa do Conselho, o PIB da região deve demorar pelo menos dois anos para retornar aos patamares anteriores à enchente. Para isso, a estratégia é propor ações integradas.

“Estamos propondo programas de recuperação junto às prefeituras, mas cada município foi afetado de uma forma diferente”, relata Warg.

Além do impacto nos pequenos mercados, levantamento do Sebrae do Rio Grande do Sul mostrou que 600 mil micro e pequenas empresas foram afetadas no estado, principalmente na Serra Gaúcha, na Região Metropolitana de Porto Alegre e no Vale do Taquari.

Doações seguem chegando ao interior

Apesar da dificuldade de reabertura dos negócios, a onda de doações segue firme no interior do estado. Após um período em que passou por isolamento, a cidade de São Jerônimo vive um momento forte em termos de solidariedade.

“Há muita doação vindo de toda parte. Carretas inteiras para abastecer os depósitos com água, roupa, cobertor, alimento”, relata o morador da cidade Juliano Ambrozini, que é videomaker.

Situação semelhante ocorre em Santa Cruz do Sul, região pouco afetada, que concentra doações para o Vale do Rio Pardo. Foi tanta entrega, que a prefeitura precisou suspender os pedidos.

“O recebimento de doações foi imenso e agora vamos encerrar. Logo que abriram as estradas chegaram cerca de 50 carretas no mesmo dia. Foi uma loucura para achar espaços e voluntários para dar conta de tudo. Viramos um centro regional de suporte para outras 12 como Sinimbu, e Candelária”, conta Thiago Rech, diretor de comunicação da prefeitura de Santa Cruz do Sul.

Até o dia 22 de maio, 3.133 toneladas de donativos foram recebidos e 1.256 toneladas de doações distribuídas no Vale do Rio Pardo e Vale do Taquari.

Além das doações de voluntários, a Defesa Civil informa que já enviou ajuda humanitária para mais 166 cidades, com envio de alimentos, água, roupas, itens de higiene e limpeza.

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