Carrefour onde João Beto foi morto reabre as portas nesta segunda-feira

A loja, em Passo D'Areia, Porto Alegre (RS), voltou a funcionar às 8h. Não havia sido registrada nenhuma manifestação até o fim da manhã

atualizado 23/11/2020 12:54

JEFFERSON BERNARDES/ESTADÃO CONTEÚDO

A unidade do Carrefour em Passo D’Areia, Porto Alegre (RS), onde João Alberto foi espancado até a morte, reabriu as portas nesta segunda-feira (23/11), quatro dias após o incidente.

A loja reabriu às 8h, mas às 7h o estacionamento estava disponível para uso dos clientes. As informações são do G1. Ao portal, uma funcionária, que não quis se identificar, disse que a volta à rotina de trabalho estava sendo “bem difícil”.

Não havia sido registrada nenhuma manifestação até o fim da manhã.

João Alberto Silveira Fretias tinha 40 anos, era negro, e foi brutalmente espancado por dois seguranças brancos do Carrefour  de Passo D’Areia, na última quinta-feira (19/11). Beto, como era apelidado por amigos e familiares, se envolveu em uma confusão com os funcionários do supermercado.

Ele atingiu um dos seguranças com um soco, e depois foi espancado até a morte no estacionamento da loja. A causa provável do óbito foi por asfixia, segundo a Polícia Civil. Parentes de Beto e funcionários do supermercado foram ouvidos e a apuração do caso segue em andamento.

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Autores do homicídio, os dois seguranças, identificados como Magno Braz Borges e Giovane Gaspar da Silva, foram autuados por homicídio qualificado. Um deles é policial militar e o outro é segurança do Carrefour.

A morte de João Beto, que ocorreu na véspera do Dia da Consciência Negra, gerou indignação e uma série de protestos em cidades como Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Movimentos em defesa dos direitos dos negros e outras instituições repudiaram o crime. Em nota, a Organização das Nações Unidas disse que o crime evidenciou as “dimensões do racismo” no Brasil.

“A violenta morte de João, às vésperas da data em que se comemora o Dia da Consciência Negra no Brasil, é um ato que evidencia as diversas dimensões do racismo e as desigualdades encontradas na estrutura social brasileira”, disse a organização.

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