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À PF Bolsonaro diz que não sabia de fraude de Mauro Cid com vacinas

Ex-presidente também negou que tenha participado, apoiado ou orientado os atos antidemocráticos, de insurreição ou subversão

atualizado

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Rafaela Felicciano/ Metrópoles
Lula Bolsonaro
1 de 1 Lula Bolsonaro - Foto: Rafaela Felicciano/ Metrópoles

Em três horas de depoimento à Polícia Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que nunca tomou conhecimento do esquema de fraudes nos cartões de vacinação que teria à frente Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, e que envolveria Bolsonaro, sua filha e pessoas próximas, além do próprio Cid.

O ex-presidente também negou que tenha participado, apoiado ou orientado os atos antidemocráticos — de insurreição ou subversão — contra o Estado de Direito, que culminaram com as manifestações golpistas de 8/1.

No depoimento, Bolsonaro afirma que nunca ouviu Mauro Cid mencionar o esquema ou como obteve os certificados, apesar de o ex-ajudante de ordens ficar encarregado de toda a sua gestão de cunho pessoal. O ex-presidente ainda ressalta que sequer sabe operar o ConecteSUS, sistema que detém os dados de saúde dos brasileiros.

“Indagado se Mauro Cesar Cid relatou ao declarante como obteve os certificados de vacinação contra Covid-19 falsos, Bolsonaro respondeu que Mauro Cid nunca comentou como obteve os certificados de vacinação; que sequer comentou sobre certificados de vacinas”, diz trecho do depoimento.

Sobre o certificado de vacinação emitido diretamente do Palácio do Planalto antes de Bolsonaro embarcar para o autoexílio em Orlando (EUA), no início da tarde de 30 de dezembro, o ex-mandatário disse que não sabe quem fez a emissão.

E a respeito do ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros, que alegou em um áudio a Mauro Cid saber quem assassinou a vereadora Marielle Franco, Bolsonaro afirmou que o conhece há 20 anos e que Cid nunca relatou o comentário de Ailton sobre a vereadora a ele.

O ex-presidente ainda relatou que nunca conheceu o secretário de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos Brecha, preso por falsificar os registros de vacinação.

“Indagado sobre os motivos que levaram o secretário de governo de Duque de Caxias, João Carlos Brecha, a inserir os dados falsos de vacinação contra a Covid-19 em nome do declarante no sistema do Ministério da Saúde, respondeu que não tem a menor ideia do motivo […]”, relata a oitiva.

Emissão de certificados

As versões, no entanto, se chocam com as diligências da Polícia Federal. Quando a documentação que embasou a prisão de aliados bolsonaristas, como o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, foi liberada por Moraes, tornou-se público que o usuário de Bolsonaro no aplicativo ConecteSUS, do Ministério da Saúde, emitiu ao menos quatro vezes certificados de vacinação contra Covid-19 que seriam do ex-presidente.

Três desses certificados foram emitidos em 22, 27 e 30 de dezembro de 2022. Antes, portanto, de Bolsonaro embarcar para o autoexílio em Orlando (EUA), no início da tarde de 30 de dezembro.

Conforme publicado pelo colunista do Metrópoles Igor Gadelha, antes de Bolsonaro deixar a Presidência, o e-mail de acesso à sua conta no ConecteSUS estava no nome de Cid. Após o dia 30, o e-mail foi alterado, deixando o controle com Marcelo Costa Câmara, assessor especial do ex-mandatário. Os cartões de vacina foram posteriormente apagados.

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